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As chuvas registradas nas últimas semanas no Rio Grande do Sul trouxeram benefícios importantes para as lavouras de inverno. O aumento da umidade do solo favoreceu o desenvolvimento da canola, do trigo, da aveia e da cevada, mas, em algumas regiões, o excesso de frio e a baixa insolação impactaram negativamente a produção de morangos.
Segundo o Informativo Conjuntural da Emater/RS, a cultura da canola apresenta condições favoráveis, embora exija maior atenção dos produtores quanto ao monitoramento e ao controle preventivo de patógenos. Atualmente, 74% das lavouras estão na fase vegetativa, 22% em floração e 4% em formação de síliquas.
O avanço das áreas em floração tem impulsionado a atividade da apicultura migratória. Apiários estão sendo deslocados para próximo das lavouras, aproveitando a florada tanto para a produção de mel quanto para a polinização cruzada. A presença das abelhas contribui para maior fixação das flores, aumento do número de síliquas por planta e ganhos em produtividade. Para este inverno, a projeção da Emater/RS é de 206,2 mil hectares cultivados com canola, com produtividade média de 1.737 kg/ha.
A semeadura do trigo foi concluída dentro da janela recomendada pelo Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc). A cultura também foi beneficiada pelas chuvas, que ajudaram a repor a umidade do solo. No entanto, as condições de clima têm exigido atenção ao controle de doenças, como manchas foliares, o que levou ao aumento nas aplicações de fungicidas. A área cultivada está estimada em 1,19 milhão de hectares, com produtividade média projetada em 2.997 kg/ha.
A aveia-branca também respondeu positivamente às precipitações, que favoreceram tanto o desenvolvimento vegetativo quanto o reprodutivo. Do total semeado, 78% das lavouras estão em fase vegetativa, 16% em florescimento e 6% em enchimento de grãos. A área estimada é de 401,3 mil hectares, com rendimento médio de 2.254 kg/ha.
No caso da cevada, as chuvas ajudaram a uniformizar o desenvolvimento e a manter o potencial produtivo das lavouras. O aporte hídrico favoreceu a transição entre as fases vegetativa e reprodutiva, além de estimular o perfilhamento e a emissão de colmos. O manejo segue com foco na aplicação de fertilizantes nitrogenados e potássicos em cobertura.
Nas áreas de morango, o cenário varia conforme a região. Em Caxias do Sul, as lavouras implantadas neste ano apresentam bom desenvolvimento e novas flores, com sanidade adequada. O aumento da demanda pelo doce “morango do amor” elevou a procura e os preços, que chegaram a R$ 50,00/kg na última semana.
Já na região de Pelotas, as condições climáticas têm prejudicado a cultura. O frio intenso, aliado à baixa insolação e à alta umidade relativa do ar, tem limitado o desenvolvimento das plantas, reduzindo a floração e o tamanho dos frutos. Nessas áreas, a produção é menor e os preços seguem elevados: R$ 30,00/kg em Turuçu e Morro Redondo, e entre R$ 35,00 e R$ 45,00/kg em Rio Grande, Pelotas e Capão do Leão. Enquanto na região de Soledade, a restrição de radiação solar tem atrasado a formação e a maturação de frutos. O preço varia de R$ 20,00 a 25,00/kg.
Nos campos nativos, a oferta de forragem segue limitada e de baixa qualidade, enquanto as áreas de campo melhorado apresentam bom desenvolvimento para o pastejo. As pastagens de verão praticamente se esgotaram, mas as espécies de inverno vêm se recuperando gradualmente, beneficiadas pela umidade, temperaturas mais amenas e maior luminosidade, o que melhora a qualidade e o aproveitamento pelos animais.
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