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O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou nesta quinta-feira (02/09), no Diário Oficial da União, a Portaria nº 389 que estabelece os calendários de semeadura de soja referente à safra 2021/2022, que deverão ser seguidos pelos estados produtores em todo o país.
A medida fitossanitária, implementada no Programa Nacional de Controle da Ferrugem Asiática da Soja (PNCFS), visa racionalizar o número de aplicação de fungicidas e reduzir os riscos de desenvolvimento de resistência do fungo Phakopsora pachyrhizi às moléculas químicas utilizadas no controle desta praga.
A semeadura da soja que, até o momento, era estabelecida somente nos estados da Bahia, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Tocantins, passa ser obrigatória também, a partir desta safra, nos estados do Acre, Alagoas, Amapá, Ceará, Distrito Federal, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraná, Piauí, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima e São Paulo, totalizando 20 unidades da federação com período determinado para início e final do plantio.
O período definido pelo Mapa para a semeadura da soja passa a ser de 13 de setembro de 2021 a 31/01/2022.
De acordo com Ricardo Felicetti, chefe da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (SEAPDR), antes desta decisão do Mapa publicada nesta quinta-feira, o calendário de semeadura foi definido pela Câmara Setorial da Soja e estava previsto para o período de 11 de outubro de 2021 a 28 de janeiro de 2022, totalizando 110 dias.
"O calendário de semeadura é uma medida de manejo da Ferrugem Asiática da Soja (FAS), que visa concentrar o cultivo da soja em um período. Juntamente com o vazio sanitário, que visa manter um período sem plantas de soja sujeitas à infecção do fungo causador da FAS, são estratégias de controle visando diminuir a resistência do fungo aos ingredientes ativos fungicidas", explica Felicetti. Segundo ele, o fungo está adquirindo resistência a cada safra e não há perspectiva de lançamento de novos compostos fungicidas para os próximos anos, o que tende a resultar em grandes dificuldades de controle da FAS em questão de alguns anos.
“Os ajustes foram efetuados pela coordenação nacional do PNFS, que identificou a necessidade de ampliação da coleta de dados que amparem a delimitação dos diferentes períodos dos calendários de semeadura, assim como o seu efetivo impacto nos resultados pretendidos do programa”, explica a coordenadora-geral de Proteção de Plantas, Graciane de Castro.
Segundo a coordenadora, o objetivo é que a medida seja implementada de forma orgânica e gradual, permitindo que os períodos subsequentes sejam estipulados de forma coerente com o contexto de cada região produtiva, em especial no que se refere às características edafoclimáticas, às práticas de manejo adotadas na prevenção e controle da praga e os resultados dos monitoramentos relativos à sua ocorrência em cada ano agrícola.
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