Artigo: Cuidados na colheita e pós-colheita do trigo no Cerrado do Brasil central
As culturas de grãos de inverno são as que mais estão sofrendo com a chuva que atinge o RS desde o final do mês de agosto. Muitos produtores rurais estão preocupados, mas as condições meteorológicas estão dentro dos padrões para a época.
O trigo é uma das culturas mais afetadas pelo El Niño, neste momento. "O plantio do trigo iniciou atrasado devido a estiagem prolongada e a expectativa de frio no mês de setembro levou os produtores a retardarem ainda mais o plantio da cultura. Para complicar, temos agora a chuva, que prejudica o desenvolvimento", explicou a diretora técnica da Emater/RS, Águeda Marcéi Mezomo. O excesso de umidade também impede que os produtores façam o manejo sanitário da lavoura, o que está proporcionando o aparecimento de doenças fúngicas e perda de nutrientes.
Conforme Águeda, o El Niño pode impactar o trigo de diversas formas, seja pelo excesso de chuvas ou pela ausência delas. Além disso, a fase do enchimento do grão recém iniciou e vai depender de condições climáticas favoráveis nos próximos dias. Este e outros motivos têm levado os técnicos a adotarem cautela em relação às estimativas de safra. "Digamos que o trigo é uma cultura de riscos constantes. Somente teremos certeza dos números quando ele estiver colhido e em cima do caminhão", destacou Águeda.
Plantio do milho está atrasado
Como as condições climáticas não têm permitido aos agricultores saírem a campo, também o plantio do milho está atrasado. Pelo zoneamento agrícola, desde o dia 21 de julho os produtores poderiam estar efetuando o cultivo do milho, mas, segundo os técnicos, isto só ocorreu com intensidade a partir da segunda quinzena de agosto.
Os dias úmidos devem ser aproveitados, recomenda a diretora técnica da Emater/RS, para o preparo e regulagem dos equipamentos, bem como o planejamento e a organização da lavoura, para que, quando o sol retornar, o produtor esteja preparado para efetuar o plantio escalonado. "Não temos como interferir no clima, mas podemos nos organizar e fazer um planejamento que diminua os impactos sobre a lavoura", disse Águeda.
Magali Beckmann
Assessoria de Comunicação Emater/RS-Ascar
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