Lavouras de soja causam preocupação no Sul do país
Parceiros da Embrapa Cerrados no programa de melhoramento de soja estiveram na manhã desta segunda-feira (31) na Unidade participando de um encontro que reuniu técnicos, agricultores, a equipe do projeto e a Chefia do Centro. Representantes da Fundação Cerrados e da Fundação Bahia puderam comprovar no campo os avanços da pesquisa no melhoramento de soja da Embrapa e se mostraram satisfeitos com o que viram. "Saio daqui empolgado. É diferente de tudo o que eu venho vendo e ouvindo nos últimos dez anos", afirmou Waldir Pereira, um dos diretores da Fundação Cerrados.
A reunião contou com a presença do diretor-presidente da Embrapa, Pedro Arraes. Segundo ele, o programa de melhoramento de soja é um exemplo satisfatório de parceria público-privada. "É um programa que vai se adaptando aos novos desafios demandados pela iniciativa privada. Isso exige uma Embrapa mais eficiente e ágil", afirmou. "A Embrapa está sintonizada com o cliente, essas são demandas do produtor, que está clamando por variedades que possam dar mais segurança para ele", afirmou Oscar Stroscon, produtor de sementes de soja e presidente da Fundação Cerrados.
O pesquisador da Embrapa Cerrados Sebastião Pedro destacou a importância das parcerias dentro do programa de melhoramento de soja da Embrapa. "Além de ajudarem a financiar as pesquisas, os parceiros são a nossa conexão com o mercado. Eles sinalizam o caminho que devemos seguir", afirmou. "A nossa força é o nosso banco de germoplasma (unidades conservadoras de material genético) e a nossa rede de parcerias", ressaltou o pesquisador da Embrapa Soja Marcelo Fernandes, também presente na reunião.
Fernandes tratou do tema da biotecnologia no programa de soja da Embrapa e repassou para os participantes informações sobre as mudanças que ocorreram na área nos últimos três anos e meio e o reposicionamento da pesquisa em relação ao mercado. Segundo ele, a partir do ano que vem a seleção assistida por meio de marcadores moleculares dará ainda mais eficiência ao programa de melhoramento da soja. "Com isso, o tempo para que a gente consiga lançar um material vai ser reduzido. Hoje é de cerca de 10 anos", informou.
A pesquisadora da Embrapa Cerrados Claudete Teixeira repassou para os participantes informações sobre as etapas da produção de sementes do melhorista e sobre o processo exigido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para se proteger uma variedade. "Para lançar uma variedade é necessário provar que ela é distinta de outra que já existe, tem homogeneidade e estabilidade para se manter", explicou.
O programa - A Embrapa Cerrados, Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Mapa, está localizada em Planaltina (DF). O programa de melhoramento de soja existe há 35 anos e é realizado em parceira com a Embrapa Soja, cuja sede fica em Londrina (PR). É na unidade paranaense que são feitos inicialmente os cruzamentos genéticos, buscando as combinações adequadas para atender as demandas do mercado brasileiro, e a condução das gerações iniciais até a formação de populações.
"No caso do melhoramento visando à região do Cerrado, o material constituído em Londrina é enviado para a Embrapa Cerrados onde as populações são estabelecidas e as progênies selecionadas de acordo com as características desejadas. Posteriormente, a equipe de soja da Embrapa Cerrados realiza os ensaios de competição preliminares e finais para atestar o potencial de produção e comportamento agronômico em várias regiões desse bioma", explica o pesquisador Sebastião Pedro, coordenador do programa de melhoramento de soja na Embrapa Cerrados. Segundo ele, após essas fases, as linhagens superiores são protegidas e registradas junto ao Mapa e as sementes liberadas ao mercado por meio da Embrapa Transferência de Tecnologia.
Juliana Caldas
Embrapa Cerrados
(61) 3388 9945
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