Reunião Técnica da Mandioca define prioridades para pesquisa

A apresentação dos resultados de pesquisa com mandioca encerrou a jornada de paineis do último dia de trabalhos da 10ª Reunião Técnica da Mandioca e 2ª Reunião Técnica da Batata-Doce, realizados durante a terceira edição do Simpósio Estadual de Agroenergia, em Pelotas. O evento, promovido pela Embrapa Clima Temperado, Emater/RS-Ascar, Fepagro e Afubra, teve início na terça-feira, 10 de agosto, e reuniu 380 pessoas, entre pesquisadores, técnicos e estudantes.

Após o painel sobre Resultados de pesquisa com mandioca, ocorreu a Reunião Técnica da Mandioca, que abordou a organização da cadeira e levantamento de demandas para a pesquisa. De acordo com o coordenador da Reunião Técnica e pesquisador da Embrapa, José Ernani Schwengber, o objetivo do encontro é definir prioridades para a pesquisa e para o desenvolvimento da cultura da mandioca e da batata-doce no RS.

Entre os problemas apresentados estão avaliação e adaptação de cultivares e carência de ramos para o plantio de 2010, que acontece em setembro e outubro. "Provavelmente teremos que importar do Paraná e de Minas Gerais, o que seria um risco, pois não sabemos se as cultivares são adaptadas para o RS", destaca Schwengber, ao citar o fortalecimento das parcerias (Emater/RS-Ascar, Embrapa, Fepagro e Afubra) na definição de um banco de germoplasma dessas culturas para futuros trabalhos de melhoramento.

PESQUISAS

O pesquisador da Embrapa Cerrados, Eduardo Alano, falou sobre o trabalho participativo de melhoramento da mandioca. A iniciativa consiste em fazer um diagnóstico, quando são avaliados dados qualitativos e quantitativos da cadeia produtiva, aspectos sócio-culturais e tecnologias de produção, beneficiamento e comercialização. O estudo avalia, ainda, sistema de plantio, preparo, adubação e correção do solo. Após esta etapa, explica Alano, é definido um planejamento, definindo produtores, propriedades, variedades e técnicas a serem utilizadas no sistema de produção.

Na fase de implantação, "é imprescindível a participação efetiva dos produtores e técnicos", aconselha. O produtor deve ter o acompanhamento e orientação do técnico responsável durante todo o processo produtivo. Outra etapa importante é a avaliação. "É decisiva a participação dos produtores uma vez que eles são o ponto focal do projeto, e que as avaliações são realizadas durante toda a fase do empreendimento", explica Alano. O especialista recomenda a realização de eventos de capacitação para os produtores como, por exemplo, dias de campo, palestras e cursos.

"A conscientização do produtor quanto à necessidade de produzir alimentos seguros, preservando o meio ambiente, é um princípio básico para a implantação de uma produção integrada", afirmou o pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura, Marco Rangel. Segundo ele, algumas das vantagens da produção integrada são a organização da base produtiva, produtos de qualidade, valorização do produto e maximização do lucro. O especialista alerta, ainda, para a busca de produtos mais competitivos, permanência no mercado e um produto diferenciado.

O pesquisador da Fepagro Fruticultura, de Taquari, Zeferino Chielle, apresentou os resultados da avaliação de cultivares realizado no Rio Grande do Sul. Os experimentos foram conduzidos nas unidades da fundação em Taquari, Caxias do Sul, São Gabriel, Veranópolis, Santa Rosa, Palmeira das Missões, Afubra/Santa Cruz do Sul e Coopermil. "Os níveis de produtividades foram diversificados, com escalas de valores de oito a 27 toneladas de raízes por hectare". A cultura, segundo ele, "é bastante rentável, permitindo uma renda superior a outras culturas, como as de grãos", afirma.

Gislaine Freitas-

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