Reunião em Paris apresenta pesquisa sobre resíduos de defensivos realizada no Brasil

Encontro promovido com cientistas do Consórcio Internacional de Qualidade de Equipamentos de Proteção Individual conhecerá resultados de estudo

02.12.2019 | 20:59 (UTC -3)
Fernanda Campos

Especialistas em segurança na aplicação de agroquímicos que estudam a exposição do trabalho rural a esses produtos se reúnem na capital Paris, amanhã, 3. Durante a reunião, será apresentado um novo método, desenvolvido no Brasil, com objetivo de avaliar a contaminação de vestimentas protetivas ao trabalho rural por resíduos de defensivos agrícolas. Os participantes do evento são membros do Consórcio Internacional de Qualidade de Equipamentos de Proteção Individual na Agricultora.

O estudo originário do Brasil foi liderado pelos pesquisadores Hamilton Ramos, brasileiro e Anugrah Shaw, ela uma cientista dos quadros da Universidade de Maryland Easternshore (EUA). Conforme Ramos, todo o desenvolvimento da pesquisa ocorreu no Centro de Engenharia e Automação do Instituto Agronômico (CEA-IAC), órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de SP, sediado em Jundiaí e teve o apoio da UIPP - Union des Industries de la Protection des Plantes, da França.

De acordo com Ramos, sua pesquisa teve por objetivo padronizar uma metodologia para investigar resíduos e parâmetros de segurança de matérias-primas empregadas na fabricação de equipamentos de proteção individual (EPI), “sobretudo após o final da vida útil destes produtos”, ressalta ele.

Segundo Ramos, o resultado do trabalho trará ganhos de sustentabilidade a países agrícolas, ao ajudar a reduzir a exposição do trabalhador rural e do ambiente a agentes químicos. Um dos pontos mais importantes do estudo, destaca ele, é o de revelar se vestimentas protetivas devem ser descartadas como lixo comum ou tóxico, “ou ainda se não necessitam ser descartadas, podendo ser reutilizadas para outros fins após lavagem e descontaminação”.

Essa checagem, continua Ramos, é indispensável para preservar a saúde no campo e ainda não foi feita sob o olhar científico em nenhum lugar do mundo.

Hamilton Ramos coordena ao programa IAC-Quepia de Qualidade de Equipamentos de Proteção Individual na Agricultura, iniciativa que conta com apoio do setor privado e estuda há mais de 13 anos a qualidade da produção da indústria brasileira e mundial de vestimentas protetivas agrícolas.

Fruto de uma parceria entre o setor privado e o Centro de Engenharia e Automação do Instituto Agronômico (CEA-IAC), órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de SP, o Quepia teve peso decisivo para reduzir, no Brasil, a reprovação de vestimentas protetivas submetidas a certificações de qualidade. Esse índice, que era de 80% no ano de 2006, caiu para 20% no ano passado. 

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