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Pela primeira vez em mais de 50 anos de história, a Reunião da Comissão Brasileira de Pesquisa de Trigo e Triticale (RCBPTT) aconteceu de forma on-line. Entre os dias 27 e 29 de julho foram realizadas as plenárias que discutiram os avanços nas pesquisas, receberam novas demandas e atualizaram as recomendações para as culturas. O evento foi gratuito e com transmissão pelo YouTube. Ao todo, foram aprovadas 13 novas cultivares e quatro extensões.
No ano passado a reunião foi cancelada por conta da pandemia. Para André Cunha Rosa, presidente da edição anterior e melhorista da Biotrigo Genética, o evento é importante para atualizar as informações de pesquisa e indicações para o agricultor. "Foi uma lástima não podermos fazer isso no ano passado. Neste ano, para que os produtores não ficassem sem essas informações por mais tempo decidimos fazer on-line". Durante a abertura, André contou um histórico das reuniões, que ocorrem desde 1969 e passou a gestão para o novo presidente: Luis Henrique Penckowski, Gerente Técnico de Pesquisa da Fundação ABC.
Também durante a abertura foi apresentada a proposta para a atualização do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC). Entre as mudanças, estão o maior detalhamento no cultivo de trigo tropical, avaliação de risco de frustrações pelo excesso de chuva no final de ciclo, além da inserção de diferentes tipos de solo e ciclo de cultivares na base de dados. A apresentação foi feita pelo agrometeorologista da Embrapa Trigo, Gilberto Cunha.
Na avaliação final do evento, o presidente da 14ª RCBPTT, Luis Henrique Penckowski destacou que os objetivos de discutir os avanços nas culturas de trigo e triticale foram cumpridos. "A nossa expectativa era bem grande. A gente tinha um pouco de receio de como ia ser porque sempre foi presencial. A reunião se desenvolveu de uma forma tão boa e ficou claro que todas as comissões trabalharam de forma muito produtiva para atualizar as recomendações".
Durante o evento, um grupo foi formado para discutir o manejo de plantas daninhas na cultura do trigo, com uma especificidade maior para o azevém. Outro destaque é que as subcomissões reuniram características técnicas para avançar num estudo de viabilidade e gestão financeira na cultura do trigo, um tema discutido recorrentemente. "Propor um modelo de avaliação da gestão financeira da cultura do trigo reforça que o trigo se for bem gerido traz rentabilidade além de agronômica, também financeira. Subimos a régua do ponto de vista das discussões. Foi uma reunião focada e produtiva. Obviamente gostaríamos de estar todos juntos de forma presencial, mas não deixamos nada a desejar nesse formato virtual", avalia o presidente.
A 14ª Reunião da Comissão Brasileira de Pesquisa de Trigo e Triticale (RCBPTT) foi promovida pela Fundação ABC e Biotrigo Genética, com apoio da Embrapa Trigo e contou com o patrocínio das empresas Adama, Agrária, Apasem, Apassul, Bayer, Basf, Coamo, Cocamar, FMC, Helm, Ihara, Integrada Cooperativa, Syngenta, Unium e UPL. As transmissões das plenárias estão disponíveis na página da Reunião de Trigo no YouTube. A próxima edição, a 15ª RCBPTT, que acontece no início de julho de 2022, a Embrapa Trigo será a realizadora e contará com o apoio da Biotrigo Genética.
Ao todo, foram apresentadas 13 novas cultivares. A Biotrigo Genética lançou três variedades: TBIO Blanc (ciclo médio-tardio, branqueador), TBIO Trunfo (ciclo precoce, trigo pão) e TBIO Calibre (ciclo superprecoce, trigo pão). A Embrapa Trigo apresentou uma cultivar de trigo para pastejo BRS Tarumaxi (ciclo tardio, classe outros usos) e uma cultivar de triticale BRS Zênite (ciclo precoce). Já a Tamona Agropecuária, lançou três variedades de trigos: RBO Crescente (ciclo precoce, melhorador); RBO Chimoio (ciclo médio, melhorador); RBO Combatente (ciclo médio, melhorador). As outras cultivares aprovadas foram: FPS Luminus (ciclo precoce, branqueador) da Fundação Pró-Sementes; ORSFeroz (ciclo precoce, melhorador); ORSSenna (ciclo superprecoce, melhorador); ORS Destak (ciclo médio precoce, trigo pão) e ORS Guardião (ciclo médio precoce, trigo pão), da OR Sementes.
Outras quatro cultivares tiveram aprovação para extensão de uso: ORS Madrepérola - extensão de cultivo irrigado para a região 3 do Mato Grosso do Sul; ORS Agile para os estados de SP, MS, MG, GO e PR; ORS 1403 na macrorregião 3 do estado de Mato Grosso do Sul e BRS Pastoreio: extensão de indicação de cultivo para Santa Catarina.
No total, foram inscritos 118 trabalhos e seis deles foram escolhidos como os melhores pelas subcomissões. São eles: Subcomissão de Ecologia, Fisiologia e Práticas Culturais: Rotação e sucessão de culturas: impacto da prática cultural sobre o trigo, por Salathiel Antunes Teixeira. Subcomissão de Entomologia: Oscilação populacional e risco de surtos de afídeos em diferentes localidades sul-brasileiras, por Eduardo Engel. Subcomissão de Fitopatologia: Caracterização molecular do vírus da espiga branca do trigo no Brasil, por Fernando Sartori Pereira. Subcomissão de Melhoramento, Aptidão Industrial e Sementes: Tamanho amostral para determinação da classe comercial indicativa de cultivares de trigo - período amostrado 2011-2020, por Eliana Maria Guarienti. Subcomissão de Solos e Nutrição Vegetal: Modelo para aplicação de Nitrogênio em taxa variável na cultura do trigo baseado em NDVI, por Maicon Andreo Drum. Subcomissão de Transferência de Tecnologia: Lacunas do rendimento de grãos de trigo na área de atuação de cooperativas do Brasil, por Adão Acosta.
Todas as recomendações serão unidas e publicadas no livro "Indicações técnicas para trigo e triticale - safra 2022. A publicação, que será distribuída gratuitamente na forma impressa e disponibilizada também no site da Reunião de Trigo, terá informações técnicas desde a semeadura até a colheita, com dados atualizados sobre quantidade de sementes, adubação, controle de pragas e doenças, manejo de plantas daninhas, entre outros. A previsão é que a publicação esteja disponível para o setor produtivo até o final de 2021.
Neste ano, a Comissão Brasileira de Pesquisa de Trigo e Triticale homenageou o engenheiro agrônomo e doutor em Ciência e Tecnologia de Sementes, Ivo Marcos Carraro. O pesquisador reconhecido como referência técnica no setor sementeiro e no cooperativismo, faleceu no último dia 10 de julho, vítima de câncer. A homenagem aconteceu durante a transmissão da plenária final da 14ª Reunião de Trigo com a presença virtual dos familiares. Diversos depoimentos lembraram sua incansável dedicação e incentivo à pesquisa, à evolução da produtividade e ao fortalecimento do agronegócio. Os relatos também ressaltaram que Carraro era uma referência não apenas técnica, mas de uma pessoa generosa, de bom convívio e respeito na sua vida familiar, como nas relações amizade e de trabalho.
Carraro foi diretor executivo da extinta Coodetec (Cooperativa Central de Pesquisa Agrícola) por 39 anos. Participou ativamente das reuniões da Comissão Brasileira de Pesquisa de Trigo e Triticale e ocupou diversos cargos em importantes entidades ligadas à pesquisa e produção de sementes do país. Foi diretor da Abrasem (Associação Brasileira de Sementes e Mudas e do Centro de Pesquisas) e da Ocepar (Organização das Cooperativas do Estado do Paraná) e, ainda, presidiu a Braspov (Associação Brasileira de Obtentores Vegetais).
No Fórum Nacional do Trigo , realizado na véspera da 14ª RCBPTT, as temáticas das palestras trouxeram uma visão ampla sobre o consumo do trigo num cenário pós-pandemia, contemplando desde os desafios e oportunidades para o setor produtivo até o consumidor final. O evento foi promovido pela Embrapa Trigo com o apoio da Biotrigo Genética e Fundação ABC.
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