Paraná terá 13 dias de campo sobre a cultura do trigo
Os eventos serão realizados de julho até outubro, nas diferentes regiões produtoras do estado que lidera a produção de trigo no País
Considerando a sazonalidade climática natural em área do Cerrado, e a chegada do período seco no oeste da Bahia, quem mora em cidades ribeirinhas, como Barreiras, Correntina, Jaborandi entre outras, passam acompanhar a redução natural da vazão dos rios até as próximas chuvas, previstas para o mês de outubro. A boa notícia é que a quantidade de água que desce pelos rios é a maior dos últimos quatro anos. A explicação é simples e está ligada ao regime de chuvas.
Segundo dados do programa fitossanitário da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), no período 2017/2018, foram 1097,01 mm/m², e em 2016/2017, foram 949,25 mm/ m² de chuva. O pior ano foi na temporada 2015/2016, quando choveu somente 810,79 mm/ m², o que interferiu, não somente no nível dos rios, mas prejudicou a produção agrícola do oeste da Bahia, onde 94% de toda a produção é em sequeiro, ou seja, depende diretamente das chuvas.
Com estudos há dez anos no oeste da Bahia, que culminou na pesquisa de doutorado sobre paleoclimatologia, o professor e pesquisador da Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB), o geógrafo Ricardo Reis é enfático ao afirmar que o regime de chuvas interfere diretamente no volume das águas superficiais. Para ele, as variáveis climáticas naturais têm muito mais peso na disponibilidade hídrica no oeste da Bahia do que as ditas variáveis climáticas antrópicas. “No caso dos rios do oeste da Bahia, as pressões causadas pelo homem, com o uso por parte dos usuários da bacia hidrográfica, a exemplo de irrigação, indústria e abastecimento para quem mora nas cidades, são menores quando comparado ao clima, como a baixa pluviosidade, por exemplo”, afirma.
Ao corroborar a opinião de Reis, o meteorologista e pesquisador da Universidade Federal de Alagoas, PHD em Meteorologia e pós-doutor em Hidrologia de Florestas, Luiz Carlos Molion, também acredita que as restrições hídricas das últimas quatro temporadas estão associadas ao ciclo climático e não à irrigação das lavouras, como disseminado por quem mora nas cidades. Durante um evento em outubro do ano passado em Jaborandi (BA), Molion previu a chegada do fenômeno la niña o que iria garantir a boa distribuição das chuvas, promovendo boa produtividade na safra, bem como a normalização do nível dos rios. “Está previsto o fim de um ciclo e o começo de um outro, pois na natureza nada é definitivo. Vejo uma boa previsão para os próximos dez anos, mas a curto prazo posso adiantar que os anos de 2018 e 2019 serão melhores em termo de chuvas”, prevê, ao entender como cíclica a baixa pluviosidade dos últimos anos.
Diante da necessidade de mais informações relacionadas ao potencial hídrico do aquífero Urucuia, que funciona como uma caixa de recarga para os rios do Oeste da Bahia, a Universidade Federal de Viçosa (UFV) e pesquisadores da Universidade de Nebraska, dos Estados Unidos, com o apoio da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), vem se empenhando para mensurar a disponibilidade hídrica das águas subterrâneas e superficiais do oeste da Bahia. Até o momento, os estudos preliminares não apontam nenhum indicativo que o Aquífero Urucuia esteja sendo prejudicado pela atividade agrícola, independente da escala de produção – pequeno, médio ou grande.
As informações obtidas através do estudo do potencial hídrico serão disponibilizadas para a sociedade em geral e subsidiará a gestão dos recursos hídricos de maneira a garantir o uso da água para o consumo humano e produção de alimentos de maneira sustentável. O estudo do potencial hídrico também conta com a parceria da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SEMA), Secretaria de Agricultura, Irrigação, Pecuária, Pesca e Aquicultura (SEAGRI), Secretaria de Infraestrutura Hídrica (SIHS) e o Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (INEMA).
Recursos hídricos - A diretora de meio ambiente da Aiba, Alessandra Chaves, também esclarece que, no período de estiagem, depois de julho, há uma redução do ritmo da produção agrícola na região Oeste, quando se entra no vazio sanitário da soja que se estende até outubro, reduzindo naturalmente a utilização da água na agricultura. “Vale ressaltar que outro estudo, realizado pela Embrapa baseado nos dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR), tem reforçado que os agricultores vêm respeitando a legislação ambiental, e que o percentual conservado em áreas de Reserva Legal, de Preservação Permanente (APP´s) em margens de rios, nascentes, veredas, e outros excedentes de vegetação nativa ultrapassam 4 milhões de hectares”, afirma. Ainda segundo ela, estes dados demonstram que os produtores rurais vêm, aos poucos, reunindo subsídios para demonstrar para a sociedade o papel do produtor rural na conservação e preservação do meio ambiente e dos serviços ecossistêmicos associados.
Para o presidente da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), Júlio Busato, vem circulando muita informação errada acerca do uso e disponibilidade dos recursos hídricos da região e que diretamente culpam o agricultor. “Esse estudo do potencial será fundamental para entender como funciona o aquífero e para entender a disponibilidade e a demanda a ser atendida. Caso demonstre que está em colapso, as entidades por meio dos agricultores, serão os primeiros a revisar e elaborar um plano para o uso racional e que não impacte o futuro dos rios da região”, afirma, ao reforçar que as entidades de agricultores estão investindo R$ 500.000 em um trabalho de recuperação de nascentes em onze municípios, e que já contemplaram os municípios de Correntina, Cocos, Jaborandi e São Desidério.
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