Resistência: estratégias de controle e manejo eficiente
Pesquisadores reuniram-se no III Seminário Mato-grossense sobre Manejo de Resistência para apresentar resultados de monitoramentos no Estado
03.11.2023 | 13:14 (UTC -3)
Gabriel Faria, edição Cultivar
Nesta semana, pesquisadores e especialistas reuniram-se no auditório Cloves Vettorato, em Mato Grosso, para relatar resultados de monitoramento e pesquisas relacionadas à resistência de insetos no III Seminário Mato-grossense sobre Manejo de Resistência. Em todas as apresentações houveram temas em comum, como o relacionamento dos casos de resistência ao uso inadequado de produtos químicos e cultivares Bt, além da falta de rotação de mecanismos de ação.
Entre os equívocos que envolvem a pressão de seleção que resulta em um avanço do surgimento de populações resistentes está o uso de doses menores do que o recomendado pelos fabricantes de produtos. Outro problema é o uso sucessivo dos produtos em uma mesma safra, assim como a ausência de áreas de refúgio e a falta de adoção de estratégias complementares.
Controle biológico
No caso das regras, além da distribuição de produtos químicos, os produtores contam com ferramentas alternativas, como o controle biológico e o uso de feromônios. Nas plantas, o sistema de manejo pode ser um grande aliado, assim como mostrou o pesquisador Sidnei Cavalieri, da Embrapa. De acordo com ele, o uso da braquiária apresenta resultados importantes em sistemas de produção de soja-milho-algodão. “Quando coloca espécies de cobertura no sistema, temos economia de aplicações e aumento de produtividade”, relatou.
Já no caso das doenças, a pesquisadora Mônica Muller, da Fundação MT, lembrou que as boas práticas recomendadas na bula dos produtos, como doses e interrupções de aplicação são fundamentais para obter resultados eficientes. Da mesma forma, a necessidade do uso de multissítios em mistura deve ser observada. “Os fungicidas devem ser usados preventivamente. Deve-se evitar aplicações em alta pressão de doença e de forma curativa”, acrescentou a pesquisadora.
João Ascari, da Fundação MT, lembrou ainda que o manejo de doenças não pode depender apenas do controle químico. Segundo ele, é preciso o uso de genética, com materiais resistentes e também o manejo cultural, com as rotações de culturas.
Em relação ao desenvolvimento de cultivares resistentes a nematóides, Rafael Galberi, do IMAmt, destacou a necessidade de fazer o manejo correto, a distribuição de culturas e de fontes de resis para garantir a longevidade dos materiais.
Dentre os resultados de monitoramento apresentados no evento, estão episódios de resistência total ou parcial em doenças da soja e do algodão, lagartas e plantas específicas, como capim-pé-de-galinha, capim-amargoso e buva. As análises foram realizadas em Mato Grosso.
O evento foi uma realização da Fundação MT, IMamt e Embrapa, com patrocínio da Agbitech e Sumitomo Chemical, e apoio da Bayer, Crop Life Brasil, Ihara, e dos Comitês de Ação à Resistência de Fungicidas (Frac), de Herbicidas (Hrac) e de Inseticidas (Irac).
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