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Camelina e cártamo agora integram a cadeia de produção de combustíveis renováveis na Europa. Repsol e Bunge anunciaram a utilização desses cultivos intermediários para gerar óleos de baixa intensidade de carbono, matéria-prima para HVO (óleo vegetal hidrotratado) e SAF (combustível sustentável de aviação).
Conforme as empresas, a iniciativa oferece alternativa viável ao diesel convencional. Os novos insumos reduzem até 90% das emissões no ciclo de vida. A Repsol aplicará tecnologia avançada em refinarias para processar os óleos vegetais e transformá-los em combustível. A mudança ocorre dentro do plano estratégico da empresa para eliminar suas emissões líquidas até 2050.
A incorporação de cultivos não tradicionais amplia a oferta de matéria-prima com baixa pegada de carbono. Camelina e cártamo crescem em terras em pousio, sem competir com cultivos alimentares. Agricultores locais obtêm renda adicional sem comprometer a produção de alimentos. Os sistemas agrícolas se beneficiam de maior biodiversidade e recuperação do solo.
Julio Garros, co-presidente da divisão de Agronegócios da Bunge, destacou a busca por soluções inovadoras com apoio ao produtor. “Investimos em plantas com maior capacidade de processamento para ampliar a disponibilidade global de insumos sustentáveis”, afirmou.
Juan Abascal, diretor executivo de Transformação Industrial e Economia Circular da Repsol, afirmou que os cultivos intermediários garantem fornecimento contínuo de matéria-prima renovável. Ele apontou a Bunge como aliada estratégica, “líder mundial na produção de óleos vegetais”, na missão de oferecer combustíveis de baixa emissão para transporte e indústria.
A camelina (Camelina sativa) pertence à família das crucíferas. Adapta-se a solos pobres e climas áridos. Apresenta ciclo curto e teor elevado de óleo. Já o cártamo (Carthamus tinctorius), tradicionalmente usado para corantes e óleo comestível, oferece produtividade relevante mesmo em regiões semiáridas. Ambos representam alternativas resilientes diante das mudanças climáticas.
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