Acerto na dessecação da braquiária antes da semeadura da soja
A relação entre o fornecedor e indústria para a produção de derivados da cana-de-açúcar, foi o tema do painel Institucionalidade que encerrou o 1º Congresso do Setor Sucroenergético do Brasil Central (Canacentro 2012). O diretor técnico da ÚNICA, Antônio de Pádua Rodrigues, foi o palestrante do painel que utilizou o Conselho dos Produtores de Cana, Açúcar e Etanol de São Paulo (Consecana) como uma “referência” para negócios e bom relacionamento da cadeia sucroenergética. “O segredo do Consecana é o bom senso, a confiabilidade e a transparência entre as partes”, explica.
Pádua traçou um histórico desde a discussão do conselho em 1993 passando pelo sua criação em 1999 e explicando o que trouxe de melhoria na relação entre o produtor rural fornecedor de cana-de-açúcar e as indústria de açúcar e etanol do País. O Consecana é constituído 10 representantes divididos igualmente entre produtores de açúcar e etanol (Única) e plantadores de cana (Orplana).
Ele falou ainda que o preço da cana não é baseado no mercado, mas através do preço do quilo de Açúcar Total Recuperável (ATR). “Preço levantado entre nove diferentes produtos da cana pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”- Esalq/USP, uma instituição sem fins lucrativos e sem vínculos com fornecedores ou indústria”.
Ele apresentou o Sistema de Acompanhamento da Produção Canavieira (Sapcana) que utilizado para saber o preço de venda do açúcar e do etanol e regula a quantidade de etanol na gasolina.
Ainda comentou sobre a maior participação de fornecedores na moagem. “O Consecana é responsável pelo aumento de 29% para 41% de fornecedores de cana na moagem total da Região Centro-Sul do País.” Antônio de Pádua apresentou ainda que hoje há falta de combustível no Brasil. “O País está com déficit de 100 mil barris/dia de combustível e em 2020 será de 350 a 400 barris/dia, caso a Petrobras não invista em refinaria ou maior produção de etanol”.
Após a palestra, houve um debate moderado pelo presidente da Comissão de Agroenergia da Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul (Famasul), Luis Alberto Moraes Novaes. Ele comentou sobre as quatro edições do Canasul e que, segundo ele, inspirou o Canacentro. Falou também de como a Famasul fica satisfeita em ser parceira do evento nos debates que trazem conhecimento e fundamentos no assunto sucroenergético.
O presidente da Comissão de Cana-de-Açúcar e Bioenergia da Faeg, Ênio Fernandes, comentou da diferenciação do produtor rural goiano em relação ao paulista devido à falta de concorrência das indústrias como ocorre naquele estado. “Em Goiás essa relação entre o fornecedor e a indústria é quase umbilical”, ressalta. Ele propôs a realização de premiação voltada ao bom relacionamento da usina e do produtor com ranking e entrega de prêmios, além de prêmio voltado à imprensa sobre matérias voltadas ao setor sucroenergético.
Fernandes, o presidente da Sulcanas, Paulo Junqueira; o presidente da Biosul, Roberto Holanda Filho e o presidente do Sifaeg/Sifaçúcar, André Rocha foram os debatedores do último painel do evento. Eles puderam falar sobre o tema e ainda responderam perguntas da plateia sobre inadimplência de pagamento, maior produtividade de cana do produtor independente sobre a indústria, além de outras.
Ao final do evento, foi anunciado que a próxima edição do Canacentro será realizado em Mato Grosso do Sul pela Federação de Agricultura e Pecuária daquele estado com a parceria das federações de Goiás, Mato Grosso e Distrito Federal, da mesma forma como ocorreu em Goiás.
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