Reino Unido se prepara para deixar Bloco Europeu e Brasil busca aproximação

Novacki reuniu-se em Londres com a ministra Thérèse Coffey do Departamento de Meio Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais do Reino Unido

13.12.2016 | 21:59 (UTC -3)
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No momento em que o Reino Unido se prepara para deixar o bloco econômico da Comunidade Europeia, o Brasil busca aproximação que garanta o comércio bilateral de produtos agropecuários. Em audiência com a ministra Thérèse Coffey do Departamento de Meio Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais do Reino Unido, o secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Eumar Novacki , enfatizou o compromisso da agricultura e da pecuária brasileira de suprir o mundo com alimentos d qualidade e produzidos com respeito ao meio ambiente. Destacou a contribuição do setor agropecuário brasileiro para mitigação das mudanças climáticas e a preservação da biodiversidade e da água.

Novacki cobrou que esse esforço brasileiro seja reconhecido, primeiro fazendo com que os produtos brasileiro tenham preferência no mercado internacional, quando se tratar de mesmos preços. E, depois, que haja esforço dos fundos internacionais para disponibilizar recursos financeiros à produção agrícola sustentável, como o plano ABC do Ministério da Agricultura, que integra floresta, lavoura e pecuária e é também de baixo carbono.

O secretário reconheceu a iniciativa apoiada pelo governo britânico de criar títulos verdes, como forma de financiar projetos de desenvolvimento sustentável. A ministra reforçou que o governo britânico apoiará com recursos financeiros iniciativas de desenvolvimento sustentável e frisou que o Brasil tem grande potencial nessa área.

Foi reiterada a importância de fortalecer o intercâmbio e a troca de experiências científicas e tecnológicas dos centros de pesquisas ingleses com a Embrapa, o que interessa para ambos os países.

Em relação a questões comerciais, Novacki demonstrou a expectativa de estreitar a relação com o Reino Unido, tendo em vista a saída britânica da União Europeia (Brexit), propondo preferência comercial com o Brasil, contemplando a agropecuária brasileira. O Reino Unido é um mercado potencial de mais de US$ 500 milhões, o que auxiliaria na meta estabelecida pelo ministro Blairo Maggi de passar de 7% para 10% a participação no comércio internacional de produtos agropecuários em cinco anos.

Temas sensíveis, como o comércio de carne bovina, devem entrar na pauta de discussões bilaterais e foi reforçada a necessidade do diálogo franco. "O mercado é uma via de mão dupla", afirmou Eumar Novacki. “E, se queremos abrir novos mercados, temos que nos dispor também a abrir o mercado brasileiro. “

O presidente peruano Pedro Kuczynski disse, conforme publicou uma revista semanal nos últimos dias, também apostar na estratégia de abertura de mercado internacional, o que acredita ser fundamental para a economia de qualquer país, já que a abertura do mercado interno também beneficia o consumidor, forçando o produtor nacional a oferecer produtos com melhor qualidade e mais baratos.

"Ao atingir a meta estabelecida pelo ministro Blairo Maggi, teremos mais US$ 30 bilhões circulando na economia brasileira, gerando novos postos de emprego, renda e qualidade de vida do nosso povo. Aí está a importância de se buscar novos mercados" disse Eumar Novacki.

O Ministério da Agricultura traçou uma estratégia ambiciosa para chegar em cinco anos a 10% do mercado internacional, o que conta com respaldo do presidente da República Michel Temer. O plano Agro+, lançado no Palácio do Planalto, em agosto, que visa modernizar e desburocratizar as ações do ministério, conta com o envolvimento do setor agrícola.

A ministra britânica foi convidada a conhecer o sistema produtivo brasileiro e garantiu que tentará uma visita já no próximo ano. "Hoje foi um marco importante para apr oximação do Brasil e Reino Unido", disse a ministra Coffey.

Encontros na Embaixada

O secretário-executivo do Ministério da Agricultura também esteve reunido na Embaixada do Brasil no Reino Unido, com o presidente da Organização Internacional do Açúcar, José Orive, com o presidente da Organização Internacional do Café, Roberio Silva, e com o embaixador representante brasileiro junto às organizações internacionais, Hermano Ribeiro, para traçar novas estratégias de abertura de novos mercados.

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