Secretaria da Agricultura divulga relatório de monitoramento de surto de gafanhotos no RS
Levantamentos foram realizados in loco na região Noroeste de acordo com notificação da ocorrência de focos de gafanhotos
O levantamento anual da incidência de greening realizado pelo Fundecitrus indica que a doença afeta 30,81% das laranjeiras da região de Duartina, que engloba importantes cidades produtoras de laranja como Duartina, Ubirajara, Lucianópolis e Espírito Santo do Turvo. Embora a incidência seja considerada alta e esteja acima da média do cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro (20,87%), o número indica uma estabilização progressiva, sem aumento da doença pelo terceiro ano consecutivo.
O greening é considerado a pior doença da citricultura na atualidade e não tem cura. Ele reduz a produtividade das árvores e seu alto poder destrutivo é uma ameaça ao setor, que tem grande importância econômica e social para a região de Duartina, cuja produção de laranja deve representar aproximadamente 30% de tudo o que será colhido pelo cinturão nessa safra.
A doença foi identificada pela primeira vez no Brasil no Centro do parque citrícola, em 2004, onde fica a região de Duartina. O maior tempo de ocorrência associado às condições climáticas locais, que são favoráveis à disseminação do greening praticamente durante o ano todo, tem levado a maiores incidências.
Apesar disso, a adoção do manejo interno rigoroso, feito dentro das fazendas, combinado com o manejo externo, realizado ao redor das propriedades, levou ao resultado – a região apresentou a segunda maior taxa de participação nas ações de manejo externo feitas em parceria com o Fundecitrus, 51,9% da área comercial de citros.
O manejo externo se caracteriza pela substituição de plantas de citros sem controle e de murtas localizadas ao redor de pomares comerciais por outras espécies frutíferas e ornamentais, não atrativas ao inseto transmissor do greening, o psilídeo – ele utiliza as plantas atrativas em quintais e calçadas para se alimentar e se reproduzir e depois migra para os pomares, dificultando o controle.
De acordo com o engenheiro agrônomo do Fundecitrus Guilherme Rodriguez, a formação de grupos de citricultores para realizar o controle externo foi fundamental para a estabilização da doença na região de Duartina, já que somando esforços é possível ampliar a área de atuação, contar com maior disponibilidade de profissionais e dividir os custos. Grande parte das fazendas que realizam o controle externo na região faz parte de grupos.
“A essência da união surgiu a partir do contato entre os produtores para a execução do manejo regional conjunto do greening, que, posteriormente, se expandiu para todo o cinturão citrícola. Além disso, a união entre os elos da cadeia, como a Secretaria de Agricultura e Abastecimento e a Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável [CDRS], em parceria com o Fundecitrus, promoveu palestras em escolas e debates em Câmaras dos Vereadores buscando a amplificação do tema para a comunidade, um diferencial para a região”, conta Rodriguez.
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