Refúgio retarda o aparecimento de insetos resistentes à tecnologia Bt

Entre as medidas, recomenda-se o cultivo de áreas de refúgio, que é a manutenção de uma percentagem de, no mínino, 20% área (no mesmo talhão) com a mesma cultura não-Bt

28.01.2016 | 21:59 (UTC -3)
Elisabete Antunes e Carina Rufino e Lebna Landgraf

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) está colocando no mercado várias cultivares com a tecnologia Intacta RR2 PRO™, que pode ser melhor preservada com a adoção de áreas de refúgio. Essa tecnologia reúne características como a resistência ao herbicida glifosato para o manejo de plantas daninhas e também tem a toxina Bacillus thuringiensis (Bt) que auxilia no controle das principais espécies de lagartas. No entanto, a preocupação dos pesquisadores da Embrapa é ampliar a vida útil dessa tecnologia para a cultura da soja. No caso do milho Bt, por exemplo, que está há mais tempo no mercado, já há relatos de casos de insetos resistentes.Esse tema será tratado pela Embrapa em cinco mini-palestras realizadas durante o Show Rural 2016.

Refúgio

Para retardar o problema na cultura da soja, a Embrapa defende a adoção de práticas de manejo sustentável. Entre as medidas, recomenda-se o cultivo de áreas de refúgio, que é a manutenção de uma percentagem de, no mínino, 20% área (no mesmo talhão) com a mesma cultura não-Bt, ambas semeadas na mesma época. "Além disso, para que o refúgio seja efetivo, nenhuma planta Bt deve ficar mais que 800 metros distante de uma planta não-Bt", explica o pesquisador Samuel Roggia, da Embrapa Soja.

Por isso, segundo Roggia, não é considerado refúgio quando o produtor semeia, por exemplo, 500 hectares de soja Bt ao lado de outros 500 hectares com soja não-Bt. A distância de 800 metros entre as diferentes plantas deve ser observada para favorecer o acasalamento entre os insetos suscetíveis à toxina Bt e os indivíduos potencialmente resistentes - provenientes das áreas com plantas Bt. "Essa medida pode retardar a seleção de insetos resistentes à tecnologia", destaca.

Roggia alerta ainda que nas áreas com soja Bt e nas de refúgio é preciso fazer o monitoramento de pragas e utilizar as práticas de Manejo Integrado de Pragas, ou seja, a aplicação de inseticidas apenas quando o nível de controle for atingido.

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