Embrapa leva integração lavoura-pecuária ao Show Rural Coopavel 2016

Nos plots de integração lavoura-pecuária estão plantadas as cultivares BRS 1060 (híbrido simples de milho) e a BRS 655 (híbrido de sorgo forrageiro)

27.01.2016 | 21:59 (UTC -3)
Elizabete Antunes e Lebna Landgraf

Considerada uma das principais feiras do agronegócio da América Latina, o Show Rural Coopavel será realizado de 1º a 5 de fevereiro em Cascavel-PR. Com quase 500 expositores em uma área de 720 mil m², a 27ª edição do evento terá a participação de 13 Unidades da Embrapa, com tecnologias disponíveis em quatro espaços distintos: Casa da Embrapa, Vitrine de Tecnologias, Estação do Conhecimento e Unidade Didática Agroecológica.

A Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG) apresenta cultivares de milho e sorgo integrados ao sistema lavoura e pecuária, tecnologia que permite a união, no mesmo espaço, da produção agrícola com a produção animal, podendo aumentar a produtividade das culturas e recuperar pastagens degradadas, o que permite ganhos tanto da agricultura como da pecuária, seja ela de corte ou de leite.

Nos plots de integração lavoura-pecuária estão plantadas as cultivares BRS 1060 (híbrido simples de milho) e a BRS 655 (híbrido de sorgo forrageiro), indicadas pela elevada produção de massa e digestibilidade. O BRS 1060 possui ciclo semiprecoce e tem porte baixo com grãos semidentados de cor avermelhada. Apresenta excelente tolerância ao acamamento e quebramento, elevada produtividade e estabilidade de produção. Para a produção de silagem, apresenta plantas de porte médio com elevadas produção de massa e digestibilidade da matéria seca. Pode ser cultivado nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e estado do Paraná (Norte, Noroeste e Oeste do estado) para plantios de safra e safrinha, sem restrição de altitude.

Já o híbrido de sorgo forrageiro BRS 655 apresenta estabilidade de produção, alta resistência à estiagem e elevado potencial de produção de massa verde (média de 50 t/ha). O sorgo BRS 655 da Embrapa é indicado para plantio no período chuvoso (de outubro a dezembro) nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul do Brasil, além do estado do Tocantins. Outra característica importante dessa cultivar é a resistência ao acamamento, o que confere altas produtividades de massa com um custo de produção significativamente reduzido. O BRS 655 é adaptado para produção de forragem em diversos sistemas de produção, apresentando porte alto (em torno de 2,5m), ciclo de 90 a 100 dias, com colmos secos com excelente padrão fermentativo, alta porcentagem de grãos na massa (30% a 40% de matéria seca), conferindo silagem de alta digestibilidade (cerca de 60% DIVMS) e alto teor protéico (média de 8% de proteína bruta).

Os dois materiais, no sistema de integração lavoura-pecuária, permitem a produção de palhada e a reciclagem de nutrientes, além da reforma da pastagem, renda extra ao produtor e maior tolerância à estiagem. Para o plantio do milho BRS 1060, a Embrapa recomenda espaçamentos entre 45 cm e 80 cm. Para o híbrido de sorgo forrageiro, a recomendação é de 80 cm. Abaixo, conheça algumas das características e vantagens do sistema de integração lavoura-pecuária apresentadas pelo pesquisador Walter Fernandes Meirelles.

Integração lavoura-pecuária

A ILP ou Integração Lavoura-Pecuária é uma técnica preservacionista, pois utiliza o sistema de plantio direto e permite aumentar a produção de grãos e de carnes sem a abertura de novas áreas. Atua de forma sustentável e permite ganhos de produtividade. O solo é utilizado de maneira racional e é vegetado permanentemente, permitindo melhor infiltração da água das chuvas e maior sequestro de carbono da atmosfera. Não há riscos de degradação e o uso de insumos é explorado de uma melhor maneira, já que diferentes sistemas radiculares atuam no perfil do solo. Cerca de três milhões de hectares já utilizam a ILP no Brasil. Esse sistema permite recuperar pastagens degradadas visando à produção de novas pastagens e os custos podem ser financiados por uma linha de crédito agrícola especial.

O sistema de ILP pode ser adotado por diferentes produtores rurais:

Agricultores que fazem somente a produção de grãos, pelo aproveitamento da produção de palhada do capim para o plantio direto e consequente redução dos efeitos das estiagens;

Agricultores que fazem somente a produção animal, como a produção de carne ou de leite, onde a ILP servirá tanto para a recuperação de pastagens quanto para a produção de silagem do milho ou sorgo, com aproveitamento final do capim para pastejo;

Agricultores que fazem a produção de grãos e ao mesmo tempo fazem a produção de carne ou leite, onde o consórcio com o capim será alimento renovado do gado e depois servirá de palhada para a produção de grãos na próxima safra.

Na ILP planta-se, por exemplo, a soja no verão e na safrinha seguinte faz-se o consórcio de milho ou sorgo com capim. A produção do capim é a base para a eficiência do sistema. O capim servirá tanto de forragem para o gado como também de palhada para o plantio direto. Após a colheita do milho safrinha, um capim vigoroso fornecerá alimento ao gado num período do ano em que os pastos normalmente estão enfraquecidos. Após o pastejo, a forragem restante de capim servirá ainda de palhada para o plantio direto, o que garante maior tolerância à estiagem da próxima cultura de verão.

Confira todas as novidades da Embrapa no Show Rural no hotsite: www.embrapa.br/showrural2016

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