RedeCanola busca impulsionar cultivo de canola no Brasil

Iniciativa une Orígeo, Embrapa Agroenergia, Advanta e Bunge; mundo produz 25 milhões de toneladas dessa brássica e o Brasil somente 135 mil toneladas

14.05.2024 | 14:49 (UTC -3)
Revista Cultivar, a partir de informações de

A Orígeo, joint venture pertencente à Bunge e à UPL, une forças com a Embrapa Agroenergia, a Advanta Seeds e a própria Bunge para lançar o projeto RedeCanola. A iniciativa busca catalisar a produção de canola no país, uma cultura ainda pouco explorada, mas com potencial para enriquecer a diversidade agrícola e contribuir para uma produção mais sustentável.

A canola é a terceira oleaginosa mais cultivada no mundo, superada apenas pela soja e pela palma. No entanto, no Brasil, sua produção é modesta, ocupando cerca de 92 mil hectares e uma produção anual que pouco excede as 135 mil toneladas, de acordo com dados da Conab.

Igor Borges (na foto), "head" de sustentabilidade da Orígeo, destaca que "a canola é uma opção economicamente atraente para a segunda safra da soja ou após o cultivo do milho de verão, com alta produtividade e potencial de produção de óleo que, em alguns casos, pode superar 40%”.

A RedeCanola tem como objetivo estruturar a cadeia produtiva da canola através de ensaios competitivos de híbridos, que serão coordenados pela Advanta e Orígeo. Estes ensaios ocorrerão em um sistema de cultivo adaptado ao clima tropical, tanto em sequeiro quanto em irrigado, desenvolvido pela Embrapa. "A canola tem potencial para crescer bem em todas as regiões do país, além de oferecer retorno econômico significativo para os agricultores," afirma Borges.

Bruno Laviola, da Embrapa Agroenergia, ressalta que o Brasil tem o potencial para se tornar um dos maiores produtores mundiais de canola, sem necessidade de expansão da área agrícola. Isso é possível devido à adaptação da canola para a safrinha, tornando sua produção mais sustentável, especialmente quando o óleo é destinado à produção de biocombustíveis, como biodiesel, diesel renovável e combustíveis sustentáveis de aviação (SAF) e marítimo.

Além de ser ideal para a produção de biocombustível, o óleo de canola é benéfico para consumo humano, devido ao alto teor de ômega 3, vitamina E, gorduras monoinsaturadas e baixo teor de gordura saturada. O farelo resultante, rico em proteínas (34% a 38%), também é utilizado na alimentação animal.

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