Rede de Fomento ILPF inicia ciclo 2017-2022

​A Rede de Fomento ILPF divulgou, durante reunião técnica realizada na quinta-feira (30) em Caldas Novas (GO), a nova missão da aliança para o horizonte 2017-2022

06.04.2017 | 20:59 (UTC -3)
Gustavo Porpino

A Rede de Fomento ILPF divulgou, durante reunião técnica realizada na quinta-feira (30) em Caldas Novas (GO), a nova missão da aliança para o horizonte 2017-2022: “foco na agregação de valor ao agronegócio sustentável”. O diretor-executivo de P&D da Embrapa, Ladislau Martin Neto, ressaltou na abertura do encontro os dados que comprovam a evolução da adoção da integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) no Brasil.

O diretor destacou que, de 2005 a 2015, a área ocupada pela ILPF aumentou em quase dez milhões de hectares, saltando de 1,87 milhão para 11,47 milhões. “A meta estabelecida em 2009 pelo Plano ABC de aumentar 4 milhões de hectares até 2020 já foi atingida, e o levantamento realizado é muito útil para identificarmos oportunidades de ampliar ainda mais os sistemas integrados”, enfatizou.

“Para o novo ciclo da rede, vamos buscar agregar valor por meio de serviços ambientais”, disse Paulo Herrmann, presidente da John Deere no Brasil. Segundo o executivo, as propriedades precisam ser certificadas para comprovar o incremento da sustentabilidade e ter o reconhecimento do consumidor. Os parceiros da Rede de Fomento planejam também, no horizonte 2017-2022, incentivar a reformulação dos currículos dos cursos de graduação em ciências agrárias e fortalecer a extensão rural privada. “Os cursos estão defasados e precisamos de profissionais com visão sistêmica. Quanto à extensão rural, precisa ganhar força e aprender a fazer projetos”, afirmou.

Herrmann sugeriu até levar a experiência brasileira com a ILPF para outros países em um “road show” para comunicar ao mundo a sustentabilidade da agropecuária brasileira. “Precisamos dizer de peito aberto que somos bons em produzir e preservar. E temos dados para comprovar isso. A ILPF economiza 60% da área, quando comparada com o necessário para alcançar a mesma produção em sistema convencional”, ressaltou.

Benefícios reais

“Felizmente, pelo que temos acompanhado no conjunto de projetos de pesquisa da rede, nas URTs e entre os produtores que adotam, os benefícios da adoção são reais”, disse Martin Neto. O melhoramento da qualidade e conservação das características produtivas do solo, e a melhoria do bem-estar animal decorrente do conforto térmico estão entre as vantagens da ILPF. Para o diretor, a oportunidade de converter pastagens mal manejadas ou com limitação de fertilidade em áreas mais produtivas por meio de práticas conservacionistas é uma oportunidade a ser explorada na nova fase de expansão.

“O Brasil é muito diverso e há muitas possibilidades para os sistemas integrados”, afirmou Martin Neto, ao mostrar uma imagem de plantio de oliveiras com criação de ovelhas em Bagé (RS). Herrmann não só concorda com as muitas possibilidades de ampliar os sistemas integrados no País, como enfatiza que nenhuma outra região do mundo reúne as condições de clima e disponibilidade de terras agricultáveis encontradas nos trópicos. “Vamos mostrar ao mundo que podemos ser os grandes fornecedores de proteína animal para o mundo em harmonia com o meio ambiente”, destacou.

Dia de campo na fazenda Santa Brígida

Pelo 11º ano consecutivo, a fazenda Santa Brígida, em Ipameri (GO), recebe o dia de campo sobre os sistemas de ILPF. O evento, que ocorre nesta sexta-feira (31), é uma promoção da Rede de Fomento ILPF. Até a quarta-feira (29), 950 participantes já estavam inscritos.

O dia de campo contará com cinco estações técnicas apresentadas por pesquisadores da Embrapa e outros especialistas sobre a evolução da adoção da ILPF no Brasil; o uso do sistema na fazenda Santa Brígida; a contribuição da ILPF para a produção de grãos, carne e madeira, bem como para os serviços ambientais; e a gestão técnica e operacional de sistemas de integração.

Rede de Fomento ILPF

A Rede de Fomento ILPF, parceria público-privada formada pela Embrapa, pela Cocamar e pelas empresas John Deere, Dow AgroSciences, Parker e Syngenta, busca acelerar a adoção dos sistemas de ILPF por produtores rurais como parte de um esforço visando à intensificação sustentável da agricultura brasileira. Iniciada em 2012, a parceria conta com 97 Unidades de Referência Tecnológica distribuídas em todos os biomas e desenvolve 49 projetos em rede, envolvendo 360 profissionais. “A rede faz difusão tecnológica. Agrupadas em torno da Embrapa, as empresas preenchem o vazio da falta de um sistema eficiente de extensão rural para fazer o conhecimento chegar mais rápido ao produtor”, disse Herrmann.


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