Governo de Minas cria fundo para desenvolver cafeicultura do estado
Não bastassem os efeitos da seca, a geada também trouxe prejuízos à produção de hortigranjeiros do Noroeste gaúcho. No entanto, os produtores que apostaram na proteção das culturas estão sofrendo menos neste inverno com a ocorrência do fenômeno.
Há quase 30 anos, a família Rossner de São Luiz Gonzaga, nas Missões, percebeu que a diversificação da cultura seria uma interessante aposta. Hoje, os Rossner cultivam 7 hectares de morango, rúcula, alface, brócolis, cebolinha, entre outras hortaliças.
No verão, foi necessário diminuir em torno de 40% da produção, em função da falta de chuvas. Os prejuízos não foram maiores porque foi realizada a proteção do solo para maior retenção da umidade. Com a chegada do inverno, os dias gelados, acompanhados de geada, causaram ainda mais prejuízos na parcela da produção que fica a céu aberto. Apenas parte dos hortigranjeiros ficou protegida. “Além da seca que já vinha se arrastando há muito tempo, prejudicando a produção e a venda, tivemos a ocorrência de geada. A gente não esperava que estragasse tanta coisa”, comenta a produtora de hortigranjeiros Evani Frank Rossner.
Na localidade de Esquina Candeia, interior de Santa Rosa, o produtor Cláudio Meinerz, 40 anos, possui 8 hectares, sendo seis e meio destinados ao cultivo de hortigranjeiros. O sucesso do seu empreendimento exigiu muito trabalho e investimento. O carro chefe da produção é a alface, os temperos e a rúcula. Além disso, são cultivados pimentão, agrião, beterraba, repolho, couve, brócolis e limão- taiti. Trinta pontos de entrega são abastecidos com hortigranjeiros produzidos na propriedade.
Em épocas de frio, o cuidado precisa ser redobrado, uma vez que o cultivo de hortaliças é muito vulnerável. Dos 6,5 hectares, dois são protegidos com tela e túneis baixos. Os recursos protegem do vento, sol, geada e distribuem a luminosidade de forma homogênea às plantas. “O produtor de hortigranjeiros precisa hoje ter uma melhor qualidade final do produto apresentado e, principalmente, uma continuidade no fornecimento. Isso também se deve ao cultivo protegido, sendo que usamos a plasticultura ou telas”, afirma Cláudio Meinerz, que em 19 anos ampliou sua produção de uma área de 0,2 hectares para 6,5 hectares.
A tela é fornecida no mercado em diferentes cores e percentuais de sombreamento. Meinerz optou por sombreamento em torno de 20% e pelo cromatinete vermelho. “Escolhemos o vermelho acrescentado na tela por ter a finalidade de filtrar os raios UV do sol, transformando-os em maior quantidade de luz para a planta, fazendo com que ela promova com maior rapidez o processo de fotossíntese”, explica o produtor.
De acordo com o extensionista da Emater/RS-Ascar Fábio Scalco, existem diversos recursos técnicos para proteger os cultivos, como o túnel plástico baixo, o túnel baixo com sombrite, estufas plásticas e telas. “No caso do telado é preciso obedecer a uma altura de pé direito mínima de 2,5 metros para poder trabalhar com tranquilidade. Também deve ser uma tela sem muito sombreamento, para evitar o estiolamento da planta”, orienta Scalco. Os micro-túneis, segundo ele, também precisam de cuidados técnicos. “É preciso usar um plástico de em torno de 100 micras, transparente, com aditivo anti-UV para proteção da cultura e para a durabilidade do plástico”, explica.
Conforme Scalco, produzir hortigranjeiros pode ser vantajoso em diversos pontos: na soberania alimentar, na qualidade de vida e no estímulo à sucessão familiar.
Santa Rosa, no Noroeste do Estado, sediará o 29º Encontro Estadual de Hortigranjeiros, de 8 a 12 de agosto, no Parque Municipal de Exposições.
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