Produção de fertilizantes tornou-se estratégica
Eliézer e Débora da Fonseca são os proprietários do Sítio das Nascentes, localizado em Limeira, interior de São Paulo. Preocupados com o futuro e em ter conforto na aposentadoria, o casal adquiriu a propriedade há seis anos e começou a estudar qual seria a melhor atividade agrícola para o local, que atendesse às limitações de espaço e mão-de-obra e que trouxesse bom retorno financeiro.
“Não queríamos que a terra ficasse improdutiva. Compramos o sítio pensando no futuro, em melhorar a qualidade de vida e resgatar o conceito de meio ambiente”, ressalta Débora, revelando que pensaram em criar carneiros, plantar eucalipto e cana, mas o que mais se encaixava nos planos era a heveicultura.
No início de 2010 eles procuraram a CATI Regional de Limeira, interessados no plantio de seringueira, e foram atendidos pelos engenheiros agrônomos Juliano Quarteroli Silva e Marcos Jonatan Amici Jorge, que deram as informações necessárias. “Mas o custo para iniciar a produção ainda era muito alto e a seringueira só começa a dar dinheiro cerca de sete anos depois”, conta Eliézer. “Em abril, durante a Agrishow, o Secretário de Agricultura anunciou um financiamento do Banco do Brasil destinado à heveicultura. Foi aí que nos empolgamos novamente e voltamos a procurar a instituição”.
Com a assistência da CATI, desde instruções para conservação de solo, adubação até o plantio, por meio de elaboração de projeto técnico, Eliézer e Débora tiveram seu financiamento aprovado em dezembro de 2010 e realizaram em janeiro o plantio das primeiras mudas na propriedade. “Nosso objetivo é continuar acompanhando do plantio até a comercialização do látex”, espera Quarteroli. O financiamento da família Fonseca foi o primeiro da região de Limeira, mas outros interessados já estão surgindo. “No momento, estamos elaborando outros dois projetos. Posteriormente, quando as árvores estiverem aptas para a produção, a nossa Regional pretende realizar um treinamento de sangria de seringueira para os produtores interessados”, acrescenta.
A linha de crédito para cultivo da seringueira é um convênio entre a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo e o Banco do Brasil, que surgiu após várias reivindicações do setor, devido ao elevado capital necessário para o plantio e o longo prazo de maturação.
Segundo o assessor de políticas públicas da CATI, Alexandre Grassi, a grande novidade desse financiamento está nos prazos de pagamento. “O produtor tem até 12 anos para pagar com até sete anos de carência. O limite para financiamento é de R$ 100 mil por tomador, não podendo passar de R$ 7 mil por hectare”.
O Sítio das Nascentes possui área total de 30 hectares, dos quais metade será ocupada com seringueira. Segundo Débora, que estudou minuciosamente os prós e contras da cultura, a vantagem da seringueira é que mesmo quando o preço está baixo já cobre os custos de produção.
Quarteroli expõe outros pontos positivos: trata-se de uma cultura que exige menor uso de mecanização e insumos e que protege o solo e os mananciais, reduzindo o impacto do sol e das chuvas. “Além disso, pode ser intercalada com outras culturas e usada para reflorestamento”.
O setor da borracha natural cresce no Estado de São Paulo. Hoje, são 77 mil hectares cultivados, comparados a 40 mil hectares em 1996, o que corresponde atualmente a 60% da produção nacional. O Brasil é um grande importador do produto, já que a produção interna equivale a aproximadamente 30% da borracha consumida no país.
Suzete Rodrigues
CATI - Assessoria de Imprensa
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