Projetos de Santa Catarina em discussão no Ministério da Agricultura

14.03.2011 | 20:59 (UTC -3)

Nesta terça-feira (15), o governador de Santa Cataria, Raimundo Colombo, e o secretário de Estado da Agricultura e Desenvolvimento Rural, João Rodrigues, estarão em Brasília para audiência com o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Wagner Rossi.

 

O motivo do encontro é discutir assuntos e projetos ligados à rizicultura, tabaco e suinocultura. De acordo com Rodrigues, estas atividades econômicas são de grande importância para a agricultura catarinense e passam por sérias crises, o que requer atenção imediata no governo para evitar prejuízos maiores e irreparáveis.

 

A crise na rizicultura acontece porque, apesar do preço mínimo estabelecido na Política de Preços Mínimos do Governo Federal ser de R$ 25,80 por saca de 50 kg, os produtores estão recebendo apenas em torno de R$ 21,00 por saca. E os custos de produção, segundo dados dos órgãos representativos dos produtores estão em R$ 29,00/saca. “Santa Catarina produz mais de 1,1 milhão de toneladas de arroz, representando cerca de 9% da produção nacional. São 10 mil produtores que cultivam 149 mil hectares e vivem dessa atividade. Nos municípios onde o arroz irrigado é cultivado, essa atividade representa a base da economia local”, explica o secretário.

 

A principal reivindicação dos produtores de tabaco é em relação às Consultas Pública da Anvisa n° 112 e 117, a qual se propõe a proibição do uso de açúcar na fabricação de cigarros, o que eliminaria a possibilidade de consumo do fumo tipo Burley, cultivado por cerca de 17% dos produtores catarinenses. Segundo Rodrigues, essa ameaça é particularmente importante para toda a região oeste de Santa Catarina, pois esse é o único tipo de fumo cultivado na região. “Em função da importância dessa atividade para os agricultores familiares, queremos propor que a substituição do tabaco por outras atividades econômicas seja feita conforme as diretrizes da Convenção Quadro da ONU e pedir o engajamento do MAPA no sentido de evitar que a ANVISA determine o fim do uso de açúcar no cigarro e conseqüentemente a inviabilização da sustentação econômica de milhares de produtores rurais, sem que haja um plano de transição sustentável”, afirma.

 

Já sobre a suinocultura, o que preocupa o Governo Catarinense é a queda no preço da carcaça de suínos, que caiu de R$ 5,30/kg em dezembro de 2010 para menos de R$ 3,90/kg em fevereiro de 2011. Isso determinou uma redução drástica no preço pago ao produtor, aonde o preço chegou a menos de R$ 1,80/kg de peso vivo, valor aquém do custo de produção. Na vertente dos custos, o preço do milho chegou a atingir R$ 29,50/saco de 60 kg e o farelo de soja, outro insumo fundamental, também teve seu preço aumentado, o que inviabilizou a produção para muitos criadores. Santa Catarina é o maior produtor nacional de suínos, com abate de mais de 8,5 milhões de cabeças por ano. São 12 mil produtores que se dedicam à produção comercial de suínos, dos quais, cerca de 10 mil são integrados de agroindústrias e dois mil são produtores independentes.

 

Outra proposta que deverá ser apresentada ao ministro Rossi, é o projeto de telefonia e internet no campo que visa cobrir todo o território rural catarinense com acesso à voz e dados (Internet) no prazo de quatro anos. Tal sistema já foi implantado com sucesso no município de Piratuba no oeste, com um investimento de R$ 1 milhão disponibilizou Internet e telefonia para todas as 750 propriedades rurais do seu território. A proposta do Governo de Santa Catarina é expandir o modelo para todo o Estado.

 

O presidente da Cidasc, Enori Barbieri, e o diretor de Qualidade e Defesa Agropecuária, Roni Barbosa, participam de reunião com o secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Francisco Sérgio Ferreira Jardim, para tratar da exportação de terneiros de raças de corte de Santa Catarina para países do Mediterrâneo.

 

Santa Catarina vem conduzindo negociações com uma empresa italiana para a exportação de bovinos vivos aos países do Mediterrâneo. As tratativas estão sendo bem sucedidas. Os representantes catarinenses solicitarão ao Mapa especial atenção e encaminhamentos para a realização de um acordo sanitário com a Turquia de modo a viabilizar as exportações. Além disso, Barbieri solicitará que o Mapa informe oficialmente àquele país a privilegiada condição de livre de febre aftosa sem vacinação, no sentido de obter uma preferência para este estado.

 

A Secretaria da Agricultura e Desenvolvimento Rural de SC está implantando o Centro de Concentração de bovinos para exportação, numa área de 32,3 hectares, de propriedade desta Secretaria de Estado, nas proximidades do Porto Marítimo de Imbituba. Em maio deste ano, a empresa importadora italiana deverá adquirir aproximadamente quatro mil terneiros, com idade de 7 a 8 meses, e o embarque está previsto para junho próximo.

 

 

Anna Bellani

Assessoria de Imprensa

imprensa@agricultura.sc.gov.br

 

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