Projeto recupera matas ciliares de igarapés em Roraima

21.07.2010 | 20:59 (UTC -3)

Uma faixa de cerca de 30 metros de mata ciliar (de cada lado) do igarapé Serrinha, em Mucajaí (RR), será recuperada através de um projeto da Embrapa Roraima.O responsável é o pesquisador Otoniel Duarte, que desenvolveu uma parceria com a Prefeitura do município e a Petrobras Ambiental (financiadora da ideia).

O trabalho será realizado utilizando espécies arbóreas e arbustivas nativas. Entre elas, estão açaí, patauá, bacaba, buriti, cajá, parapará, ingá, quina quina, mutamba e jatobá. Segundo o pesquisador, com a efetivação do projeto será possível controlar a erosão nas margens dos cursos d´'água, evitando o assoreamento e elevando a qualidade e o nível da água.

As mudanças, conforme Duarte, também vão fazer muito bem à fauna da região. "Com este trabalho, teremos mais peixes e ainda preservaremos o corredor ecológico que serve para circulação e reprodução dos animais. Enfim, todo o meio ambiente em volta será recuperado", informa o pesquisador.

A primeira parte do projeto já está sendo colocada em prática. Agricultores da região são capacitados para serem protagonistas dessa ação. Eles recebem aulas, em classe e em campo, para entender porque é necessário a recuperação das matas ciliares e de que forma ela deve ser feita. O agricultor Sebastião Sousa, um dos participantes no projeto, diz que as aulas são de grande utilidade. "Aprendi sobre várias espécies que não conhecia e sobre a importância de cada uma delas.Entendi como podemos evitar a erosão do solo", explica.

Na segunda etapa do projeto, cada família engajada receberá cinco colmeias de abelhas sem ferrão para a exploração econômica do mel. "Nosso objetivo é que as abelhas realizem o trabalho de polinização da maioria dessas espécies vegetais, aumentando a incidência delas no local. Além disso, as família terão mais uma fonte de renda com a possibilidade de venda do mel", argumenta o pesquisador.

Mata Ciliar é uma área de preservação permanente, que segundo o Código Florestal (lei 4771/65) deve-se manter intocada, e, caso esteja degradada, deve-se prever a imediata recuperação.É aquela mata que fica às margens dos rios, igarapés, lagos, olhos d´água e represas. O nome vem do fato de serem tão importantes para a proteção dos rios e lagos como os cílios são para nossos olhos.

Essa vegetação tem o papel de controlar a erosão nas margens dos cursos de água evitando o assoreamento dos mananciais. Além disso mantém a qualidade e quantidade de água, filtra os possíveis resíduos de produtos químicos, agrotóxicos e fertilizantes, auxilia na proteção dos animais existentes no local e controla pragas nas plantações.

Embrapa Roraima

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