Projeto que administra dieta bovina vence Prêmio Santander

Com objetivo de estimular a atitude empreendedora e a pesquisa científica no meio acadêmico, foi divulgado esta semana o resultado do Prêmio Santander de Empreendedorismo e de Ciência e Inovação.

Entre os trabalhos vencedores, está “Ração de Lucro Máximo 3.1 - Sistema de Otimização Futuro, Alocação de Insumos e Recursos Ambientais”, coordenada pelo professor Dante Pazzanese Lanna, do departamento de Zootecnia da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (USP/ESALQ).

Os oito vencedores foram selecionados entre os 20 finalistas de todo o País, homenageados em cerimônias regionais em Porto Alegre, Recife e São Paulo. Em sua quinta edição, os prêmios tiveram 2.116 inscritos, um crescimento de 11% comparado ao ano passado. Desde 2005, contemplaram 29 universitários e pesquisadores-doutores de todo o País que se destacaram pela inovação das propostas, viabilidade técnica e potencial para gerar riquezas, entre outros critérios avaliados. A premiação é uma das principais iniciativas do Santander Universidades, divisão global do grupo que mantém convênios com 790 universidades no mundo e mais de 500 instituições de ensino superior parceiras no Brasil. “A cada ano, o volume de projetos inscritos se torna mais expressivo, o que revela a grande capacidade empreendedora do país e o potencial das nossas universidades de gerar inovações, contribuindo para o desenvolvimento social e econômico. Há cinco anos, os Prêmios Santander tangibilizam a importância da aliança estratégica entre a iniciativa privada e o mundo acadêmico, estimulando a transferência de tecnologia e de conhecimento da universidade para a sociedade”, afirma Jamil Hannouche, executivo responsável pelo Santander Universidades no Brasil.

Para Ricardo Fasti, diretor geral do Universia Brasil, os prêmios têm um papel fundamental na vida profissional de graduandos, pós-graduandos e pesquisadores-doutores. “Ao participar do Prêmio Santander de Empreendedorismo, os candidatos têm a chance de aprender, na prática, a elaborar um plano de negócios bem estruturado, que passa pela avaliação de profissionais reconhecidos como autoridades do empreendedorismo brasileiro, para que idéias se transformem em empresas sólidas e bem sucedidas. Já no Prêmio Santander de Ciência e Inovação, pesquisadores-doutores podem projetar suas propostas inovadoras além das bancadas das universidades, para que obtenham entendimento, reconhecimento e oportunizem esse potencial econômico e social”, aponta Fasti.

A cerimônia de premiação, ocorrida na capital paulista, teve a presença de autoridades, reitores, empresários e executivos do Banco e do Universia Brasil. Para o Prêmio de Empreendedorismo, puderam se inscrever estudantes de graduação e/ou pós-graduação e, no de Ciência e Inovação, pesquisadores-doutores, ambos participando tanto individualmente como em equipe, de Instituições de Ensino Superior parceiras do Universia e/ou do Santander Universidades.

Dieta bovina - Por meio da criação de um software que administra a alimentação do gado, o agrônomo Dante Pazzanese Lanna pretende elevar a eficiência da pecuária brasileira, possibilitando reduções de custos para produtores e frigoríficos, com impactos para os consumidores, além de melhorar a gestão ambiental do setor. O pesquisador explica que o projeto, vencedor na categoria Tecnologia da Informação e Comunicação, considera as exigências de alimentação dos bovinos, ao simular os processos de digestão, metabolização e uso dos nutrientes para o crescimento dos diferentes tecidos animais. Ao mesmo tempo, o software contém uma biblioteca com a composição nutricional dos alimentos encontrados no Brasil. Dessa forma, o sistema permite identificar qual a melhor combinação de alimentos para calcular o custo e maximizar o lucro do produtor. “Neste momento, desenvolvemos um sistema que faz a otimização utilizando os preços futuros do boi nos contratos da BM&F, permitindo a maximização do lucro nas avaliações das possíveis estratégias de proteção (hedge), frequentes nas operações bancárias”, relata. Mais recentemente, informa o pesquisador, estudos foram feitos para estimar a produção de gases de efeito estufa durante o processo de produção de carne. “Passamos a pesquisar a oportunidade de otimizar a produção de carne para minimizar o impacto ambiental”, relata. “O sistema minimiza o custo de produção, algo extraordinário para os consumidores, e é uma ferramenta muito importante para produtores, frigoríficos e toda a enorme cadeia produtiva da carne, fortalecendo-se para a competição internacional”, acrescenta.

Caio Albuquerque

Esalq