Novas tecnologias destacam-se na Agritechnica 2023
Feira realizada na cidade de Hanôver apresentará a produtores e técnicos formas alternativas de realizar trabalhos; um dos focos está nas mudanças climáticas
Para manter a produção de café em alta é fundamental atenção no manejo do cafezal, principalmente a duas das principais pragas da cultura: o bicho-mineiro (Leucoptera coffeella) e a broca-do-café (Hypothenemus hampei).
A primeira causa danos nas folhas do cafeeiro, com suas larvas diminuindo a capacidade fotossintética da planta. Por consequência, reduz a capacidade produtiva do cafezal de 50% até 80% em casos mais severos. Já a broca-do-café é causada por um besouro que ataca diretamente o fruto; em seu interior reproduz-se, causando danos da qualidade e rendimento da produção.
Para ajudar os cafeicultores nessa árdua missão, a Bayer em parceria com a agtech Sima (Sistema Integrado de Monitoramento Agrícola), desenvolveu o MIP Café, projeto que teve início em meados de outubro do ano passado nas principais regiões produtoras do país. O monitoramento consistiu na instalação de armadilhas com atrativo a campo e monitoramento presencial do time Bayer, com contagem quinzenal de espécimes e de análise de plantas.
O projeto contou com a participação de 169 fazendas localizadas nas principais regiões produtoras de café do Brasil, distribuídas nos estados de Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo e Bahia, ou seja, em mais de 85% das áreas da cultura. No total foram 683 armadilhas instaladas em 241 talhões. Para monitorar todas elas foram realizadas mais de 1.061 visitas a campo.
“Buscamos levar atendimento de qualidade e resultados com sustentabilidade ao negócio, por meio de monitoramentos periódicos e recomendação de uso de nossas soluções no momento correto. Acreditamos que para o primeiro ano conseguimos levar de fato esse olhar de monitoramento e uso racional e de alta performance, com excelentes resultados”, disse Rodrigo Silva (dir. na foto), gerente de field marketing café da Bayer.
O input das informações levantadas a campo sobre as pragas foi realizado diretamente pelos técnicos no aplicativo da Sima, e essas alimentam o banco de dados para a geração de relatórios. O projeto mostrou que tanto a broca quanto o bicho-mineiro são pragas que além de causarem impacto na cafeicultura, têm grande complexidade de controle. “O projeto MIP veio para trazer dados em tempo real para tomadas de decisões mais assertivas, tanto em uso de nossas tecnologias, como recomendação de um manejo integrado de pragas mais eficiente”, acrescentou Silva.
Ainda segundo o profissional da Bayer, o projeto tem potencial para ser expandido para outras regiões produtoras, ampliando assim o raio de armadilhas das pragas. “Para esse ciclo 2023/24, iremos expandir as áreas monitoradas junto aos parceiros Bayer e clientes, buscando aumentar o alcance dessa ferramenta para a cafeicultura nacional”, reforçou.
A plataforma da Sima permite, em poucos cliques e de qualquer smartphone, cadastrar as novas armadilhas, acompanhar o monitoramento com descrição exata do talhão, nome da fazenda e do produtor, seu estado e cidade.
Em cada monitoramento são adicionados na plataforma diversos dados, como condição da armadilha, contagem de mariposas encontradas e outros. Os relatórios contêm ainda alguns indicadores, como informações georreferenciadas, análise de frutos brocados e porcentagem de folhas afetadas.
A plataforma permite ainda o registo fotográfico com a data e a hora que são preenchidas automaticamente após salvar as informações. “Tudo que a gente pode monitorar dentro de todas as fases destes dois insetos, acompanhamos gerando diversos dados das fazendas”, apontou Maurício Varela (esq. na foto), engenheiro agrônomo e cofundador da agtech.
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