Projeto FlyUP usa inteligência artificial no manejo da cana e da pastagem

A UPL traz para o país uma tecnologia para mapeamento aéreo de plantas daninhas e doenças nos canaviais e pastagens

01.09.2020 | 20:59 (UTC -3)
Rafael Iglesias

A UPL traz para o país uma tecnologia para mapeamento aéreo de plantas daninhas e doenças nos canaviais e pastagens. "O projeto FlyUP é uma inovação baseada em inteligência artificial e também no uso de imagens de altíssima precisão, com capacidade de chegar até o nível do solo", explica o presidente da empresa no Brasil, Fabio Torretta.

"A inovação tecnológica é essencial para garantir que a cana, terceira cultura mais importante do país, e a pecuária, mais importante cultura animal do Brasil, alcancem índices ainda mais altos de produtividade e de qualidade. Evitando que plantas daninhas, fungos e insetos destruam os canaviais e as pastagens, estamos contribuindo para a sustentabilidade e a produtividade das atividades e, por consequência, para a manutenção de preços acessíveis dos biocombustíveis e outros produtos da cana, como o açúcar, além da própria carne bovina", afirma Torretta, que é engenheiro agrônomo. Juntas, cana e pastagem representam perto de 20% dos negócios da UPL no Brasil. Em 2019, o faturamento total da empresa foi de R$ 7 bilhões.

FlyUP começa a funcionar imediatamente com foco na cana-de-açúcar. Os canaviais são bastante suscetíveis a pragas, doenças e daninhas. No primeiro semestre, foram investidos mais de US$ 785 milhões em fungicidas, herbicidas e inseticidas nas lavouras de cana do país. Entre os problemas que mais preocupam a cultura estão corda-de-viola, mamona, mucuna, colonião, braquiária e ferrugem alaranjada da cana. No total, foram tratados 41 milhões de hectares de cana.

FlyUP será utilizado em pastagens na proximidade do início do período das águas, no último trimestre do ano. Os defensivos para pastagem representaram investimentos de US$ 60 milhões dos pecuaristas, mas há grande potencial de melhoria de manejo dos pastos no país. Foram tratados 13,6 milhões de hectares, sendo que há no país cerca de 170 milhões ha de pastagens.

"O projeto FlyUP é a evolução de projetos de mapeamento de cultivos, iniciados com a cana em 2012, a partir do uso de helicópteros. Essa nova solução realiza análises dinâmicas, ágeis e precisas. O detalhamento dos problemas fitossanitários e o gerenciamento das informações colhidas, em tempo real, permitem tomadas de decisão mais rápidas e assertivas, visando a racionalização e a solução dos problemas a partir do uso de defensivos agrícolas com sustentabilidade econômica e ambiental", destaca Marcelo Zanchi, diretor de marketing da UPL no Brasil.

FlyUP terá três aeronaves com a moderna tecnologia AI2, da empresa israelense Taranis. O dispositivo captura imagens com resolução de 0,3 mm/pixel de campos ao nível das folhas e pode percorrer 5.000 hectares por dia a 200 km/h. A partir do sobrevoo, os clientes da UPL recebem informações e insights sobre as culturas imediatamente, identificando os primeiros sinais do surgimento de plantas daninhas, doenças fúngicas e até deficiências nutricionais.

"Com base no voo e no cruzamento de informações especializadas, FlyUP oferece altíssima precisão e emite relatórios sobre as condições do campo, indicando o tipo de ameaça, bem como a espécie e a infestação, além de elementos que auxiliam na escolha do tratamento mais adequado", explica o gerente para cana da UPL Brasil, Carlos Peres, que também é engenheiro agrônomo.

Os relatórios de cada voo do FlyUP para a usinas de cana-de-açúcar e os projetos pecuários são validados e revisados tecnicamente. Os reportes finais têm a assinatura de Pedro Christoffoleti, doutor em fitopatologia e ervas daninhas pela Universidade do Estado do Colorado, nos Estados Unidos, livre-docente pela Universidade de São Paulo (USP), professor e pesquisador da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP.

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