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Coordenado pela pesquisadora Wania Fukuda, o projeto “Melhoramento da mandioca para biofortificação e para a indústria de farinha e fécula”, da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical (Cruz das Almas/BA) ficou em terceiro lugar na categoria qualidade técnica da premiação nacional de equipes da Embrapa.
O projeto tem como objetivos básicos o melhoramento da mandioca para qualidade nutricional, especificamente teores de betacaroteno nas raízes, e para a elevação da produtividade de farinha e fécula para uso industrial, incluindo o desenvolvimento de cultivares resistentes à seca e às principais pragas e doenças que afetam o cultivo no Brasil.
“Prêmios como esse estimulam ainda mais a equipe do projeto e representam o reconhecimento efetivo desse trabalho. No caso específico da cultura da mandioca, este reconhecimento é duplamente gratificante por se tratar de um cultivo ainda discriminado no âmbito da pesquisa e extensão nacional”, diz a pesquisadora Wania Fukuda.
O prêmio nacional concede um bônus financeiro às equipes de projetos/ações gerenciais da Embrapa que alcançaram elevado nível de desempenho em seus trabalhos. São cinco categorias: criatividade, qualidade técnica, parceria, captação de recursos e análise e melhoria de processos.
A avaliação, seleção e premiação são feitas por um grupo de funcionários da própria Empresa. No caso da categoria qualidade técnica, os projetos foram analisados e julgados pela equipe do coordenador Emilson França de Queiroz, do Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento (DPD).
Nesse projeto, as cultivares que aparentam raízes de coloração amarela são selecionadas para atender à linha de ação de biofortificação de alimentos, que tem o objetivo central de aumentar os teores de betacaroteno (precursor de vitamina A), ferro e zinco nas raízes de mandioca para enriquecer a dieta da população mais carente destes micronutrientes.
O estudo vem apresentando resultados importantes com a geração e multiplicação de variedades mais ricas em betacaroteno nas raízes. As primeiras cultivares resultantes foram as variedades BRS Dourada e BRS Gema de Ovo que contêm quatro microgramas/grama de betacaroteno nas raízes. Em junho deste ano, durante a III Reunião Anual de Biofortificação no Brasil, foi gerada e lançada a variedade da BRS Jari, que contém nove microgramas/grama de betacaroteno em raízes frescas, mais do dobro apresentado pelas primeiras variedades selecionadas pelo projeto.
A atividade de biofortificação da mandioca deste projeto é parte do programa Havestplus, financiado pela Fundação Melinda e Bill Gates por meio do Convênio Embrapa / Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT).
A equipe da Embrapa que trabalha neste projeto é composta pelos pesquisadores Wania Fukuda, Vanderlei Santos e Luciana de Oliveira (Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical), Marilia Nutti (Embrapa Agroindústria de Alimentos), líder do projeto de Biofortificação no Brasil, Josefino Fialho e Eduardo Alano Vieira (Embrapa Cerrados), Hélio Wilson Lemos de Carvalho, Antônio Santiago e Ivenio Rubens (Embrapa Tabuleiros Costeiros), José Oscar (Embrapa Meio-Norte), José Orestes de Carvalho (Embrapa Rondônia), Dalton Schwengber (Embrapa Roraima) e Miguel Costa Dias (Embrapa Amazônia Ocidental).
Além disso, a equipe conta com a colaboração externa de: Messias Nicodemus (Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural do Maranhão), José Alves Tavares (Instituto Agronômico de Pernambuco), Washington Coreolano (Faculdade de Ciências Agrárias de Araripina), Hernan Ceballos (Ciat), Osório Vasconcelos e Clovis Manoel da Silva (Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola), João Licinio de Pinho (Instituto Centro de Ensino Tecnológico), Francisco de Carvalho Rodrigues (ONG Chapada), Antonio Raimundo (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará) e Mieko Kimura (Universidade Estadual Paulista).
No ano passado, pelo seu trabalho com pesquisa participativa, a pesquisadora Wania Fukuda foi uma das vencedoras da 30ª edição do Prêmio Frederico Menezes Veiga promovido pela Embrapa, com apoio da revista Globo Rural.
Em 2009, o Prêmio Frederico Menezes foi para o pesquisador Francisco Rodrigues Freire Filho, da Embrapa Meio-Norte (Teresina-PI) pelo trabalho de biofortificação de feijão-caupi. A Embrapa Meio-Norte tornou-se referência nacional em caupi e é responsável pelo lançamento de 13 cultivares adequadas à agricultura familiar e ao agronegócio. Entre elas está a Xiquexique, de 2008, que apresenta maiores teores de ferro e zinco, micronutrientes importantes para o combate à anemia e o ganho resistência do organismo.
Soraya Pereira
Embrapa Agroindústria de Alimentos
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