Divulgadas cooperativas que receberão recursos para capacitação
O viveiro da Embrapa Cerrado, em Brasília/DF, foi escolhido para apoio na produção das mudas para o projeto Biomas na região. A atenção especial é dada às mudas das espécies nativas. A demanda pelas plantas típicas desse bioma tem crescido bastante nos últimos anos, mas a falta de conhecimento e a indisponibilidade de sementes dificulta a produção nos viveiros comerciais existentes. O sucesso no desenvolvimento das mudas e no processamento das sementes para a germinação é essencial para o resgate e preservação das diferentes paisagens do bioma Cerrado, e o processo é minucioso e deve ser esclarecido para quem quer ajudar no processo de recuperação do Cerrado.
O trabalho começa com o planejamento. Viveiros menores, de duração limitada, podem ser instalados mesmo à sombra de uma árvore no fundo do quintal. Os de grande produção devem ter construídos com material resistente e com o local de implantação preparado previamente. “É necessária a boa orientação solar, além de solo com boa drenagem, inclinação para evitar o acúmulo de água e proximidade com uma fonte limpa e permanente de água para irrigação em qualquer época”, diz José Felipe Ribeiro, doutor em ecologia e um dos coordenadores do Projeto Biomas no Componente Cerrado.
No canteiro, as mudas são distribuídas em recipientes com substrato preparado especificamente para a vegetação de origem de cada espécie. As raízes se desenvolvem em uma base com a mistura de vários componentes, que sustenta e fornece nutrientes para o crescimento da muda. Sacos plásticos, tubetes, garrafas PET ou mesmo caixinhas de papelão usadas para produtos longa-vida são suficientes para armazenar as mudas até irem para o campo. Estes contêineres são enfileirados em grupos sem ultrapassar um metro de largura, para facilitar a manutenção e a luminosidade para as plantas que ficarem no centro.
O cuidado com as sementes também é fundamental. Dependendo da espécie, coleta-se do chão ou na própria árvore, que não pode apresentar sinais de ataque de pragas. Para as árvores mais altas, se utiliza o podão, uma vara com um gancho na ponta, ou então se escala com a utilização de equipamento de segurança. Logo após a coleta, as sementes devem ser beneficiadas. Para a maioria das espécies, pós a retirada do fruto recomenda-se deixá-las à sombra em local ventilado até ficarem sensíveis ao toque. “Entretanto, por mais abundante que pareça o numero de frutos e sementes em uma árvore, nenhum recurso deve ser explorado em sua totalidade”, lembra Ribeiro. Os frutos e sementes devem ser deixados na natureza para compartilhamento com a fauna local, que assim também ajudam na preservação e o sucesso reprodutivo daquela espécie.
Por fim, para poder germinar, a semente deve estar madura, inteira e não ser muito velha. O ambiente para a germinação dever ter oxigênio, temperatura, luz e umidade em níveis adequados à espécie. A Embrapa Cerrados disponibiliza na rede informações sobre o bioma. É só acessar:
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