Programas de segurança em agroquímicos são apresentados no Chile

Programa Quepia reduziu de 80% nos anos de 1980, para 20% nos dias atuais, a reprovação a padrões de qualidade de produtos da indústria de vestimentas agrícolas

17.10.2019 | 20:59 (UTC -3)
Fernanda Campos

A Autoridad Salud Publica (ASP) e a área de fiscalização do Ministério do Trabalho do Chile promovem na próxima semana, nos dias 20 e 21, na capital daquele país, um evento centrado na utilização de defensivos agrícolas e na proteção do trabalho rural ante tais produtos. Na ocasião, três projetos da área desenvolvidos no Brasil, pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA) do Estado de São Paulo, serão apresentados às autoridades chilenas pelo pesquisador científico Hamilton Ramos.

Ramos coordena no Centro de Engenharia e Automação do Instituto Agronômico (CEA/IAC), sediado na cidade de Jundiaí, aos programas Aplique Bem, IAC-Quepia de Qualidade de Equipamentos de Proteção Individual na Agricultura e Unidade de Referência. Com ênfase no manuseio de agroquímicos, essas iniciativas são ancoradas em parcerias com o setor privado e reconhecidas por benefícios transferidos a pequenos produtores da agricultura familiar e a grandes propriedades do agronegócio.

O encontro de Santiago também tem o Consórcio Internacional de Equipamentos de Proteção Individual na Agricultura entre os organizadores. A entidade, formada por pesquisadores de 10 países, conta com o CEA/IAC entre seus coordenadores-líderes. Outro destaque do evento será a pesquisadora da Universidade de Maryland (EUA), Anugrah Shaw, renomada cientista que atua em parceria com o CEA/IAC no desenvolvimento de estudos sobre riscos químicos na atividade agrícola conforme normas da ISO Internacional.  

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O principal foco de interesse das autoridades da Saúde e do Trabalho do Chile neste momento, de acordo com Hamilton Ramos, é o programa IAC-Quepia de Qualidade de Equipamentos de Proteção na Agricultura. Conforme o pesquisador, a iniciativa, com 13 anos completados no mês de junho último, tem por objetivo avaliar, determinar e certificar – ou não – aos produtos da indústria de vestimentas e luvas protetivas, itens sistematicamente utilizados nas operações de aplicação de agroquímicos.

Segundo Ramos, a atuação do programa IAC-Quepia foi determinante para reduzir, no Brasil, a reprovação da qualidade de vestimentas protetivas agrícolas, na proporção de 80%, nos anos de 1980, para 20% nos dias atuais.

Recentemente, com investimento de R$ 400 mil captados junto à iniciativa privada, o Quepia ganhou ainda um novo laboratório de pesquisas. “Essa inovação nos colocou em situação de igualdade com a pesquisa de ponta empreendida na área pela comunidade científica internacional, sobretudo na Europa e nos Estados Unidos”, assinala Ramos.

“A expectativa é que a reunião amplie a troca de informações entre Brasil e Chile com vistas a compartilhar conhecimento, inovação e a reduzir continuamente a exposição do trabalho rural aos agroquímicos nos dois países”, continua o pesquisador.

Participam ainda do evento de Santiago entidades representativas do setor de defensivos agrícolas, como a chilena Anasac e também da indústria global de vestimentas protetivas.

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