Secretária Lygia Pupatto entrega maquinário agrícola ao IAPAR
Até o final do ano, 110 mil propriedades de gado do Pará serão acompanhadas, por satélite, pelo Programa Boi Guardião, que analisa o desmatamento no bioma amazônico.
Lançado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o programa já monitora cerca de 15 mil propriedades incluídas no projeto piloto, desenvolvido no ano passado, e já iniciou o georreferenciamento (registro da localização geográfica) de mais 80 mil fazendas.
Integram o projeto piloto os municípios Marabá, Eldorado dos Carajás, Água Azul do Norte, Ourilândia do Norte, Tucumã e São Félix do Xingu, no sudeste do Pará. Essa região, com área de 51 mil quilômetros quadrados, é maior que estados como Alagoas, Espírito Santo, Rio de Janeiro ou Rio Grande do Norte, por exemplo.
O programa conta com parceria do governo do Pará, Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa), Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e frigoríficos.
Ao longo de 2010, o sistema incluirá mais 38 municípios do centro-sul do Pará, também classificados pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) como livres de febre aftosa com vacinação. Na terceira etapa, que começa no final deste ano, o monitoramento alcançará 67 municípios do nordeste do Pará, o Baixo Amazonas e a região da Ilha do Marajó, com 32 cidades, além da totalidade de Rondônia e Mato Grosso. A medida estará plenamente implantada até o final do primeiro semestre de 2011.
Sistema - Setenta técnicos da Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará) cadastraram aproximadamente 20 mil propriedades nas seis cidades paraenses. Munidos de GPS, os agentes registraram a localização geográfica de cada fazenda. O trabalho científico ficou por conta de duas das mais conceituadas instituições de pesquisa do País: Embrapa Monitoramento por Satélite e o Inmet.
Na primeira fase, até dezembro do ano passado, foram feitas imagens das áreas de pastagem. Os analistas identificaram, por padrões de cores, textura e formas geométricas, as áreas ocupadas pela pecuária. Cada pasto foi delimitado e as imagens iniciais serão comparadas aos novos retratos, a cada seis meses. O coordenador do Laboratório de Tratamento de Imagens de Satélite (Latis), Divino Figueiredo, acredita que a visualização precisa, permitirá o controle seguro do desmatamento.
Quem desmata não transporta animal - Técnicos do governo cruzam, eletronicamente, os dados de georreferenciamento com os de desmatamento das fazendas de gado na Amazônia. A propriedade que derrubar árvores ilegalmente será identificada e poderá, inclusive, perder o direito à Guia de Trânsito Animal (GTA), fundamental para o transporte dos animais.
“Sem esse documento, o pecuarista não pode movimentar os animais para outras fazendas ou para frigoríficos”, adverte o coordenador de Trânsito e Quarentena Animal do Ministério da Agricultura, Luiz Felipe Carvalho. A GTA, que até este ano era preenchida em formulário de papel, agora é eletrônica. O Pará e o Distrito Federal foram as primeiras unidades da federação a adotar o novo sistema do Mapa.
No futuro, com a introdução desse modelo on-line em todo o País, as informações sobre origem e destino do gado poderão ser consultadas em tempo real, além de permitir atualização mais ágil do Cadastro Nacional de Explorações Pecuárias, que registra as propriedades brasileiras.
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Eline Santos
Mapa
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