CTNBio aprova plantio comercial do algodão MON 15985 × MON 88913
Uma área que integra conhecimentos da Medicina Veterinária, Ciências Biológicas e da Saúde: essa é a bioexperimentação, tema de estudos do nono Programa de Pós-Graduação da Universidade de Passo Fundo (UPF). A Aula Magna do Programa de Pós-Graduação em Bioexperimentação da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária (PPGBioexp/FAMV) foi realizada na noite de quinta-feira, 16 de agosto, e contou com a presença do vice-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação Leonardo José Gil Barcellos, do diretor da FAMV Hélio Rocha, professores e alunos da unidade, coordenadores de programas stricto sensu, entre outros interessados. O Dr. Rodrigo Costa Mattos, professor da UFRGS, coordenador do Programa de Pós-Graduação Medicina Animal: Equinos e ex-presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs), proferiu a primeira aula do curso, que teve como tema A Pós-Graduação em Veterinária e o financiamento à pesquisa no RS.
O vice-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação Leonardo José Gil Barcellos manifestou sua satisfação ao participar do momento. “Além de ser vice-reitor, sou docente desse programa, participei da luta para tornar isso possível”, relatou. De acordo com Barcellos, a UPF baseia seu crescimento na expansão do stricto sensu. “Quando se qualifica o stricto sensu, transfere-se para a graduação essa excelência, aumentando a qualidade dos cursos e da instituição como um todo”, afirmou. Além disso, a extensão também é beneficiada com o desenvolvimento de novos conhecimentos. “Nossa extensão é, cada vez mais, consequência de uma pesquisa altamente qualificada”, explicou.
O diretor da FAMV Hélio Rocha relatou seu entusiasmo ao iniciar as atividades do segundo programa de pós-graduação da unidade. “Esperamos a contribuição de todos os discentes com o desenvolvimento de novos conhecimentos. Essa é uma das atribuições da universidade: formar pessoas capazes de transformar sua sociedade”, salientou. Para o professor, os estudantes devem desafiar os conhecimentos existentes. “Eles estão aí porque ninguém ainda os desafiou”, provocou o professor.
O coordenador do programa, Luiz Carlos Kreutz, discorreu sobre o significado da palavra bioexperimentação. “Na concepção dos professores ligados a essa proposta, o termo se refere à pesquisa com experimentação, desde os mais simples microorganismos até os mais complexos de todos os vertebrados, com o objetivo de entender os fenômenos biológicos, ou seja, entender como as coisas funcionam”, explicou. De acordo com Kreutz, o termo representa o caráter das pesquisas que vem sendo desenvolvidas pelo corpo docente e as que se pretende realizar. “Entendemos que por meio da bioexperimentação são geradas as tecnologias aplicadas à saúde e ao agronegócio, setores que contribuem com a economia de nossa região”, colocou o professor.
O palestrante Rodrigo Costa Mattos trouxe informações a respeito das avaliações pelas quais os cursos devem passar. “O curso está iniciando, mas já deve se preparar para o futuro. Quais os avanços pretendidos, quais as metas para os próximos anos? Onde e de que forma buscar recursos?”, questionou. Para ele, a região demanda profissionais qualificados na área. “Essa é uma necessidade de todo o país. Apesar de a região ter uma agricultura forte, as áreas de produção de alimentos e de pesquisas em saúde também estão em amplo desenvolvimento”, considerou.
A médica veterinária Pamela Cemin Amaral ingressou no mestrado e faz planos sobre como aplicar as pesquisas que serão desenvolvidas. “Pretendo levar à área onde auto - a indústria de alimentos - novos conhecimentos e práticas a fim de melhorar resultados”, afirmou. Para ela, essa oportunidade proporcionará uma troca de experiências e conhecimentos entre a indústria e universidade.
A fim de ilustrar a importância da bioexperimentação, o coordenador do programa lembrou os presentes de um fato histórico: no início do século passado, um jovem cientista que havia estudado medicina e zoologia chega à Nova Iorque. Após alguns meses, recebeu uma missão inusitada: estudar o ciclo menstrual de porquinhos da índia. Sem referências nem ferramentas, desenvolveu pequenos cotonetes com os quais conseguia coletar células do colo uterino e observá-las em microscópio. Em pouco tempo, descobre que as células alteravam de forma e tamanho, em sintonia com a dança cíclica dos hormônios. Após alguns anos, aplicou sua técnica a pacientes humanos. Anos de estudos depois, passou a estudar as células em estado patológico, como as de câncer, que eram muito diferentes das normais, mas ainda sem credibilidade. Já na metade do século, desafiado por um jovem estudante, conseguiu entender a verdadeira utilidade daquela descoberta: não a de constatar o câncer, mas detectar seu antecedente. Foi uma revelação: a detecção de um precursor daria à mulher a possibilidade de anteceder o tratamento e diminuir a probabilidade de desenvolver o câncer. O protagonista dessa façanha chamava-se George Papanicolau, imortalizado na história da pesquisa do câncer e homenageado no teste que leva o seu nome.
Para o professor, essa história traduz a essência e a grandiosidade da bioexperimentação. “A pesquisa, mesmo aquela surreal, despretensiosa, mas se conduzida com fé e obstinação, gera muito mais que artigos científicos: gera informações, produtos e tecnologias que modificam para melhor a vida das pessoas”, afirmou.
O mestrado, embora vinculado à Medicina Veterinária, possui caráter interdisciplinar. De acordo com Kreutz, a linha de pesquisa Etiopatogenia, epidemiologia, e diagnóstico laboratorial de doenças transmissíveis e não transmissíveis contempla projetos que investigam todo e qualquer aspecto de uma enfermidade, independente da espécie afetada. Já a linha Higiene, inspeção, microbiologia e composição química de alimentos permite a vinculação de pesquisadores das diversas áreas do conhecimento que têm como foco de pesquisa a cadeia produtiva de alimentos.
Para saber mais sobre o programa, acesse o site
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