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Desenvolver novas empresas com base tecnológica voltada para a agropecuária. Esse é o objetivo do Programa de Apoio ao Desenvolvimento de Novas Empresas de Base Tecnológica Agropecuária e à Transferência de Tecnologia (Proeta), da Embrapa.
Iniciado com apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o projeto passou por modificações que aprimoraram sua aplicação e, conseqüentemente, geram um resultado mais eficiente.
Segundo Fabiana Cunha Viana Leonelli, gerente da área de comunicação e negócios e coordenadora do Proeta na Embrapa Instrumentação Agropecuária, em São Carlos (SP), o projeto teve início como um trabalho de prospecção. Além disso, ele foi o ponto de partida para um movimento de empreendedorismo. “Antes o trabalho era social ou possuía um contrato de licença de patente”, lembra.
O Proeta possui três unidades no país: uma em Brasília (DF), outra em Fortaleza (CE) e a de São Carlos. Na última cidade ela tem a parceria com a Fundação Parqtec. Porém, devido a especificidades para o desenvolvimento de tecnologia para o agronegócio (como a utilização de equipamentos existentes apenas na unidade), as empresas incubadas estão dentro da Embrapa Instrumentação Agropecuária.
Ao fazer um balanço sobre as atividades do programa, Fabiana comenta que houve acertos e erros. No decorrer do projeto, ela destaca que houve uma necessidade de fazer uma melhor qualificação para a incubação. “É importante não imaginar o incubado como único agente do processo. Além disso, o negócio precisa ser viável. O empreendedorismo tem sua responsabilidade e o Proeta teve um grande benefício, que foi internalizar isso”, diz.
A coordenadora do Proeta em São Carlos afirma que o grande problema encontrado é o de transformar uma ideia em um negócio. Ela destaca que, em alguns casos, existe uma boa ideia, porém ela não tem como ser desenvolvida em um âmbito empreendedor.
Em São Carlos, o tempo de incubação de cada empresa é de dois anos, prorrogável por mais um. Os pesquisadores que desejam se tornar empreendedores, em qualquer plano piloto do Proeta, devem procurar a Embrapa que possui o edital e apresentar um plano de negócios.
Fabiana conta que na cidade existem cinco tecnologias incubadas em quatro empresas. Nenhuma delas foi graduada. O desenvolvimento das tecnologias contam com apoio de agências como a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). “As agências de fomento ‘patrocinam’ as pesquisas”, acrescenta.
As cinco tecnologias desenvolvidas em São Carlos são a língua eletrônica, um método de aproveitamento do lodo do esgoto, misturado ao resultado da poda de árvores, um foto reator, um analisador de café em pó e um mini tomógrafo de campo. Através desses projetos, Fabiana conta que houve uma nova percepção. “Tem tecnologia que não é produto. Você vai vender a tecnologia ou o serviço?”, questiona.
“Em alguns casos, é melhor vender serviço”, responde. Isso acontece porque os equipamentos podem ter um alto preço e uma utilização reduzida. Por isso, a melhor alternativa é contratar apenas sua utilização.
A parceria entre o Proeta e o BID para o desenvolvimento dessas incubadoras termina nesse ano. Mas Fabiana afirma que a Embrapa irá continuar com o projeto. “O Proeta continua. A atual diretoria reverencia o programa, que é tocado de forma séria”, finaliza.
Michel Lacombe
Portal RIPA
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