Produtos biológicos para soja movimentaram US$ 200 milhões

Crescimento das vendas no ciclo 2019-20 foi de 30%, conforme o BIP da Spark Inteligência Estratégica

06.07.2020 | 20:59 (UTC -3)
Fernanda Campos

A comercialização de bioinsumos ou defensivos agrícolas biológicos para soja movimentou US$ 200 milhões na safra 2019-20, com crescimento de 30% na comparação ao ciclo anterior. Os dados são da sexta edição do estudo BIP Soja – Business Inteligence Panel, realizado anualmente pela consultoria Spark Inteligência Estratégica.

De acordo com o gerente de relações com clientes da Spark, engenheiro agrônomo Cristiano Limberger, 71% do montante total das vendas corresponderam a produtos para controle de pragas e doenças. Os inoculantes, empregados para fixação biológica de nitrogênio pela planta, atingiram 29% da comercialização.

Segundo a Spark, o BIP Soja 2019-20 contemplou mais de 3,5 mil entrevistas aplicadas na fronteira agrícola da oleaginosa, entre os meses de janeiro e maio deste ano. Limberger destaca que os biológicos vêm crescendo entre as preferências de manejo do produtor. Produtos específicos para nematoides, por exemplo, tiveram alta de 74% na comparação às últimas duas safras, para US$ 78 milhões. Em área tratada, o aumento foi de 79%, para 5,7 milhões de hectares.

Uma praga que incide sobretudo no Cerrado, o nematoide ataca à raiz da soja e, se não for controlado, causa perdas significativas às lavouras. “Biológicos também constituem ferramenta importante no MIP (manejo integrado de pragas) e transferem bons resultados agronômicos ao produtor, além de assegurar uma boa relação custo-benefício aos tratamentos”, diz o agrônomo.

Conforme Limberger, o aumento das vendas de bioinsumos também está relacionado ao manejo de resistência de pragas e doenças, prática que prevê o uso alternado de defensivos químicos e biológicos com diferentes modos de ação. “Os biológicos agregam bons resultados ao controle de ferrugem asiática, lagartas e percevejos.”

“Produtos biológicos contam com enorme potencial de crescimento. O estudo aponta a tendência de as empresas de agroquímicos integrar os bioinsumos a seu portfólio”, enfatiza Limberger. Ele lembra ainda que a adoção dos defensivos biológicos atingiu 21% da área cultivada com a oleaginosa no Brasil, totalizando 11,6 milhões de hectares tratados. 

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