Bons volumes de chuva em setembro favorecem cultivos de inverno
Dados espectrais mostram que as condições têm sido favoráveis nas principais regiões produtoras de trigo
Mais de mil produtores rurais e lideranças políticas participaram, no último sábado (27), da abertura oficial do plantio de soja em Goiás, realizada pela Associação dos Produtores de Soja, Milho e Outros Grãos de Goiás (Aprosoja-GO) na Fazenda Tamburi, em Nova Crixás. O evento destacou o potencial produtivo do Vale do Araguaia, mas também reforçou a necessidade urgente de ampliar a infraestrutura energética para sustentar o crescimento da região.
Responsável por cerca de 10% da safra goiana de soja e 15% do milho, o Vale do Araguaia é considerado a nova fronteira agrícola do Estado, com condições de alavancar Goiás à segunda posição no ranking nacional. A região tem potencial de ampliar em 50% a área agricultável, convertendo até 2 milhões de hectares de pastagens degradadas em áreas produtivas.
O déficit de energia elétrica, porém, tem sido apontado como o principal gargalo. “Temos um estado estacionado por conta da falta de fornecimento de energia. Nessa questão, não vamos dar refresco”, afirmou o presidente da Aprosoja-GO, Clodoaldo Calegari.
O vice-governador Daniel Vilela (MDB) informou que o governo estadual negocia com o Ministério de Minas e Energia para garantir que o novo linhão, a ser leiloado em outubro, beneficie diretamente o Vale do Araguaia. Ele também destacou a criação de um grupo de trabalho para pressionar por investimentos federais e da concessionária de energia.
Representantes do setor produtivo, como o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner, reforçaram que o acesso à energia será determinante para ampliar a irrigação e acelerar o desenvolvimento local. “Resolvido esse problema, teremos uma região de alta prosperidade”, disse.
Além da infraestrutura energética, os debates abordaram logística e sustentabilidade. Projetos como o Terminal Logístico de Grãos da Ferrovia de Integração Centro-Oeste podem gerar até 10,8 mil empregos formais e elevar em 9,6% o PIB agropecuário da região. Já a recuperação de áreas degradadas vem sendo apontada como exemplo de produção sustentável, conciliando expansão agrícola e preservação ambiental.
Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura