Produtores de MT conhecem fazendas de milho e soja dos Estados Unidos

26.08.2014 | 20:59 (UTC -3)

A comitiva da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) visitou nesta segunda (26) a Bolsa de Chicago (CBOT, na sigla em inglês), bolsa de mercadorias mais importante do mundo onde são negociadas commodities, como soja e milho. Um grupo de produtores rurais participa nesta semana da Missão Estados Unidos, organizada pela associação.

Logo depois, os produtores rurais conheceram a Thomson Reuters, agência que trabalha com o mercado global de precificação de commodities e está diretamente ligado às estimativas de oferta e demanda divulgadas pelo Departamento de Agricultura norte-americano (USDA). Segundo a analista Ana Maria Gaudêncio, a equipe de trabalho da Reuters é multidisciplinar, contempla nove áreas de domínio, além de três especialistas em banco de dados.

A agência realiza estimativas de produção para os treze maiores países produtores de grãos em cinco diferentes culturas. Os relatórios realizados pela Reuters são divulgados semanalmente para diversos clientes. Os dados apresentados pela agência trazem preocupação, pois mostram uma produção de milho maior que a divulgada pelo USDA, de 17,8 milhões de toneladas para os EUA e 16 milhões de toneladas para o mundo. Para a soja, os números são parecidos – 1,1 milhão de toneladas a mais para o mundo.

À tarde, o grupo visitou a fazenda Fair Oaks, grande produtora de gado leiteiro. Segundo a supervisora de projetos da Aprosoja-MT, Cristiane Sassagima, que acompanha o grupo, foram informados que cada vaca produz 36 litros de leite por dia e a ordenha é realizada três vezes ao dia. Assim, a fazenda gera 107 mil litros de leite por dia. “O grupo tem dez fazenda com 30 mil vacas em 12 mil hectares. Assim, geram 846 mil litros de leite por dia no sistema de confinamento”, conta a supervisora.

Em seguida, conheceram a fazenda de Ollie Dorn, de 3.600 hectares. Conhecido como o produtor rural que trocava todo o maquinário anualmente, agora ele conta que não fará mais isso por desinteresse da fabricante. Até então, ele devolvia as máquinas com pouquíssimo uso e só pagava 10% da nova e ainda ganhava bônus. Agora, a fabricante alega que tem muitas máquinas usadas em suas revendas, então ofereceu garantia estendida para este cliente.

O produtor rural de Tangará da Serra, Wellington Formigoni, verificou uma realidade muito diferente nas fazendas norte-americanas. “Os produtores aqui estão bem servidos com rodovias e ferrovias, as estruturas de recebimento de grãos, como silos e secadores, são mais modernas, as sedes são mais estruturadas e as máquinas, mais novas”, diz.

Em relação ao plantio, Ollie utiliza espaçamento de 50 centímetros, enquanto no Brasil utiliza-se 76 centímetros, é uma população 50% a mais de soja que a usada em nosso país, no mínimo. No milho, na fazenda de Dorn planta-se mais sementes de milho por hectare se comparado ao Brasil.

O produtor Wellington Formigoni também observou que não há tanto rigor nas questões trabalhistas. “Não vimos funcionários com os Equipamentos de Proteção Individual (EPI), por exemplo. Aqui não tem exigências tão rígidas como no Brasil”, conta. “Notei que as leis trabalhistas não existem nos EUA como no Brasil. O funcionário ganha de 8 a 10 dólares por hora e não existe jornada diária máxima estipulada”, pontua Cristiane Sassagima, supervisora de projetos da Aprosoja-MT.

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