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Produtores de milho-verde poderão contar com uma nova cultivar da Embrapa, a partir de 2017. O milho-verde BRS 3046 foi testado por 20 agricultores, indicados pelo Setor da Agroqualidade das Centrais de Abastecimento de Minas Gerais S.A. (CeasaMinas), em Belo Horizonte-MG, que receberam as sementes e orientações técnicas da Embrapa.
Segundo o analista Luiz Antônio Laudares Faria, da Embrapa Produtos e Mercado, o objetivo do trabalho foi disponibilizar a nova cultivar de milho-verde BRS 3046 para conhecimento, uso e validação por parte dos produtores e fornecedores da CeasaMinas. E, posteriormente, por meio deles apresentá-la ao consumidor.
A apresentação das características técnicas do novo milho-verde e do seu sistema de manejo em campo foi feita pelo Escritório de Negócios de Sete Lagoas-MG da Embrapa Produtos e Mercado e pela Embrapa Milho e Sorgo. "A Embrapa instalou, estrategicamente, Unidades de Referência Tecnológica (URTs) para diferentes avaliações desta cultivar de milho-verde pelos produtores e consumidores, para analisar a qualidade do produto para o consumo cozido, como pamonha e curau", explicou Laudares.
Resultado foi positivo
As sementes distribuídas para os produtores na CeasaMinas, em setembro de 2015, foram semeadas em diferentes locais e épocas, de outubro do mesmo ano até março de 2016. Dos 20 produtores que receberam as sementes, dois deles perderam os campos por causa das condições climáticas desfavoráveis, e os demais enviaram os resultados da avaliação das lavouras para a Embrapa.
Segundo Laudares, eles consideraram que o novo milho-verde tem um visual atrativo, bom empalhamento, boa coloração dos grãos e sabugo claro, aspectos desejados pelos consumidores. "Estas características atendem todos os predicados para milho-verde, tanto do mercado quanto do consumidor. A janela de colheita foi de cinco dias, ou seja, o tempo de espera do milho no campo até ser colhido e levado para a comercialização, sem passar do ponto ideal para o consumo verde.
Os resultados das avaliações mostraram que o milho teve ótima aceitação e boa produtividade de espigas, com potencial de produtividade de espigas verdes de até 12,7 toneladas por hectare, de acordo com o manejo da cultura em cada propriedade. "Na opinião dos produtores, a cultivar apresentou uma boa produção de massa verde, aproveitada para a ensilagem após a retirada das espigas para o consumo verde. Portanto, a cultivar BRS 3046 pode ser também uma boa opção para o mercado de milho forrageiro", disse Laudares.
Os técnicos do Setor da Agroqualidade da CeasaMinas referendaram todas as manifestações dos produtores que participaram da avaliação. "Muitos produtores já começaram a nos procurar para adquirir as sementes para o próximo plantio. A Ceasa também vai trabalhar na segunda fase deste projeto para divulgar a cultivar. Vamos, além disso, ampliar este conhecimento para as nossas outras unidades no Estado", disse o chefe desse setor da CeasaMinas, Joaquim Oscar Alvarenga.
Enquanto isso, o processo de licenciamento está sendo cuidado pela Embrapa. Segundo o analista Marcelo Dressler, do Escritório de Negócios da Embrapa Produtos e Mercado em Sete Lagoas-MG, seguindo as etapas deste processo, a Embrapa já selecionou quatro empresas para produzirem as sementes. "Duas empresas já iniciaram a produção: Plantmax (GranSafra Sementes) e Mhatriz (Priorizi Sementes). Ambas possuem rede de distribuição nos pontos de interesse, de acordo com a demanda do mercado. O processo de produção e beneficiamento das sementes do híbrido de milho-verde comercial BRS 3046 poderá ser concluído até início de 2017", afirmou Dressler.
O próximo passo será realizar um workshop, em dezembro de 2016. A Embrapa planeja fazer a promoção comercial do novo híbrido de milho-verde e dar oportunidade aos licenciados, responsáveis pela produção e pela comercialização das sementes do BRS 3046 no Brasil, para divulgarem o novo produto.
Laudares ressalta que o evento deverá ser organizado pela Embrapa e pela CeasaMinas, com o apoio e envolvimento direto das empresas licenciadas, produtoras das sementes comerciais, e contará com a importante participação de produtores e fornecedores de milho-verde da Central de Abastecimento. Além deles, participarão as empresas fornecedoras de insumos diversos, instaladas dentro da própria Ceasa, cooperativas, sindicatos, assistência técnica, extensão rural e outros convidados.
"Quem produz milho-verde adota o sistema de plantio escalonado a cada semana, para atender a demanda contínua de mercado", comentou Laudares, acrescentando que "a produção de milho-verde nos locais de teste, em 2015, foi em média de 8.655,48 toneladas, com uma receita de R$ 7,271 milhões".
Características do milho-verde BRS 3046
Segundo o pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo, Israel Alexandre Pereira Filho, o híbrido BRS 3046 apresenta excelentes características para produção de milho-verde, tanto para espigas in natura quanto para a fabricação de pamonha, bolo, sorvete, suflê e outros pratos da culinária brasileira. "O BRS 3046 pode ser cultivado nas regiões Centro-Oeste, Sudeste, Nordeste, e nas regiões norte, noroeste e oeste do Estado do Paraná, para plantios nos períodos da safra e da safrinha, sem restrição de altitude", afirmou o pesquisador.
Características agronômicas:
Florescimento masculino: 60,5 dias após plantio (947 graus-dia)
Florescimento feminino: 61,0 dias após plantio (963 graus-dia)
Altura da planta: 204 cm
Altura da espiga: 106 cm
Comprimento médio das espigas: 16 cm
Diâmetro médio das espigas: 5 cm
Número de fileiras de grãos: 16
Peso médio de espiga com palha: 291 g
Peso médio de espiga sem palha: 178 g
Peso médio de massa de milho-verde por espiga: 72 g
Tipo de grão: dentado
Peso de 1.000 grãos: 277 g
Características quanto às doenças:
Ferrugem-comum: resistente
Mancha-foliar-de-helminthosporium: resistente
Mancha-branca: susceptível
Ferrugem-polissora: moderadamente resistente
Ferrugem-branca: susceptível
Mancha-de-diplodia: resistente
Mancha-de-bipolaris: resistente
Cercosporiose: moderadamente resistente
Antracnose-foliar: susceptível
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