Produtores de citros enfrentam dificuldades e contabilizam prejuízos na Serra gaúcha

Além dos deslizamentos e fissuras de terra que comprometeram as áreas de produção, há agricultores que estão há um mês e meio sem energia elétrica

14.06.2024 | 17:15 (UTC -3)
Rejane Paludo
Foto: divulgação
Foto: divulgação

Na Serra Gaúcha, em plena safra de citros, diversos produtores enfrentam uma série de dificuldades que trazem prejuízos, especialmente nos municípios de Bento Gonçalves, Veranópolis e Cotiporã, que estão entre os cinco maiores produtores da região. Até o momento, estima-se uma perda de 50% na produção prevista inicialmente. Além dos deslizamentos e fissuras de terra que comprometeram as áreas de produção, ocasionando perdas, há agricultores que estão há um mês e meio sem energia elétrica e com o acesso às propriedades pelas estradas comprometido. Conforme levantamento realizado pela Emater/RS, 378 propriedades na região da Serra estão com problemas de escoamento da produção.

Uma das propriedades que encontram dificuldade no escoamento da produção é a de Antoninho e Alex Sikorski, na linha Natividade, em Bento Gonçalves. A família, que cultiva 8 ha de bergamotas, que são sua principal fonte de renda, já perdeu 2 ha de frutas por causa dos deslizamentos. Encerrando a colheita da variedade Caí, iniciando a da Ponkan e, posteriormente, a da Montenegrina, a família soma ainda perdas de até 20 toneladas de frutas do cedo, que deixaram de ser comercializadas por falta de oportunidade de escoar a produção, o que representa um déficit de aproximadamente R$ 80 mil.

Antoninho possui uma câmara fria, que permitiria colher, armazenar e vender posteriormente a fruta, mas está há 45 dias sem energia elétrica.

Outro problema enfrentado pelos produtores da região é a queda antecipada e a rachadura de frutas. Segundo o extensionista rural da Emater/RS do Regional de Caxias do Sul, Enio Ângelo Todeschini, essas anomalias são decorrentes das condições adversas do clima, não de forma direta pelos elevados índices pluviométricos, mas pelos longos períodos de tempo nublado, ou seja, ausência de radiação solar direta (insolação), afetando diretamente a capacidade fotossintética das plantas e causando um desbalanço entre produção (fonte) e consumo (dreno) de nutrientes.

“Desta forma, a fruta amarelece e aborta por desnutrição. No caso das rachaduras, também por desnutrição, deixou de crescer e naturalmente de expandir-se. Por seu turno, a polpa continuou a absorver água, forçando a casca até a sua ruptura”, explica.

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