Produtores de arroz intensificam a colheita no Rio Grande do Sul

23.02.2012 | 21:59 (UTC -3)
Raquel Aguiar

A cultura do arroz começa a entrar em fase de colheita com mais intensidade, alcançando, em termos estaduais, 5% do total da área, outros 13% já estão maduros e por colher. Segundo o Informativo Conjuntural elaborado pela Emater/RS-Ascar, em São Borja, Itaqui, Maçambará e Agudo, onde a colheita atinge percentuais maiores, a produtividade média alcançada até o momento gira ao redor dos 6.700 kg/ha, ante uma expectativa inicial, para essa região, de 7.500 kg/ha. Já em Cacequi, na região Central, a colheita iniciou com uma produtividade menor (6.200kg/ha) e com uma qualidade de grãos baixa, na faixa de 54% de grãos inteiros, fruto da pouca disponibilidade de água para irrigação durante o ciclo. O desenvolvimento e a sanidade dessas lavouras são considerados normais. Nesse sentido, as últimas chuvas ocorridas nos últimos dias nas principais zonas de produção, localizadas principalmente na parte Centro-Sul do Estado, têm ajudado os rios e riachos a aumentar a disponibilidade de água para a irrigação, o que dá uma sobrevida às áreas que estavam sendo prejudicadas pela forte estiagem.

Prossegue a colheita da 1ª safra de feijão no Estado, avançando e devendo estar finalizada no início do mês de março. As chuvas que voltaram a cair em boa parte das regiões produtoras não influirão no resultado da safra, pois restando apenas 10% da área a ser efetivada. Essas precipitações que melhoraram a capacidade de umidade do solo possibilitam, nas áreas mais prejudicadas com a estiagem, a semeadura da safrinha, que ainda não tem previsão de área definida.

Devido às condições adversas registradas ao longo do ciclo do milho, com a deficiência hídrica se acentuando a partir de meados de novembro passado, há muita oscilação nos rendimentos alcançados nesta safra. O que foi semeado em agosto de 2011 vem obtendo produtividades próximas a 100 sacos/ha (6 mil kg) em algumas áreas. Naquilo que foi semeado após o mês de setembro, esses rendimentos baixam para 3,6 mil kg/ha, ou mesmo para 1,8 mil kg/ha, dependendo da área. Em termos estaduais, porém, a média vem se mantendo em torno dos 2,7 mil kg/ha. No momento, a área colhida representa 36% do total cultivado, existindo ainda 20% já maduros e por colher.

Na soja, a falta de chuvas, a baixa umidade do solo e as altas temperaturas verificadas em boa parte do último período agravaram a situação de algumas lavouras, aumentando os danos e baixando a perspectiva de um rendimento satisfatório dessas lavouras. O retorno das chuvas deverá ajudar o enchimento de grãos, porém, o que se visualiza na maioria das lavouras é a baixa fixação de flores e vagens. Mesmo onde as plantas cresceram devido às chuvas ocorridas no período entre novembro e fevereiro, o número de vagens é pequeno. Nesse cenário, os cultivares precoces foram os mais prejudicados.

Teve início também a colheita da variedade Chocolatinho do caqui, cultivada nos locais de clima mais quente, ou seja, nos vales dos maiores rios da Serra, Caí e Antas. Em razão da estiagem, as plantas apresentam-se com débeis carregadores (brotos produtivos) e frutos de calibre reduzido. A maturação também ocorre de forma antecipada e, principalmente, com totalidade de frutas ao mesmo tempo. Porém, a doçura das mesmas está bastante elevada. O preço médio percebido na propriedade foi estabelecido em R$ 1,20/kg.

Os campos nativos, com as últimas chuvas, melhoraram sensivelmente a rebrota e, em consequência, a qualidade, mas ainda com baixa disponibilidade de massa verde. As pastagens cultivadas de verão, tanto a anual como as perenes, tiveram um melhor desenvolvimento, aumentando sua capacidade de suporte e qualidade. As pastagens continuam em recuperação após as chuvas, mesmo que esparsas da última semana.

Arquivo Grupo Cultivar

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