MT: dia de campo discute soja e culturas alternativas
O produtor rural francês e diretor comercial da Dynamis-Genois, Gilles Guimera, esteve terça-feira (26/01), em visita na Araucária Genética – com sede em Londrina/PR.
Na oportunidade, Guimera foi recepcionado pelo médico veterinário e diretor-geral da Araucária, Marcelo Vezozzo. A Dynamis-Genois é uma tradicional produtora de vinhos, de queijos, de criação de gado e de seleção genética, e possui empreendimentos na Polônia, Estados Unidos, Paraguai, Argentina, além da França. Gilles Guimera veio ao Paraná conhecer o trabalho desenvolvido pela Araucária em programas de melhoramento genético, principalmente em projetos de cruzamento industrial.
Guimera falou sobre pontos importantes do mercado mundial de carne bovina:
No momento, o cruzamento industrial está retomando o crescimento no Brasil. O Sr. acredita que poderá haver um aumento na procura pelo material genético das raças de origem européia? E quais seriam as raças que poderiam atender melhor este mercado?
Gilles Guimera – Creio que sim, principalmente com raças como o Charolês, o Limousin – cuja carne é muito respeitada devido à sua qualidade, textura e maciez - e o Angus, além de outras importantes. Entretanto, o criador deve ficar atento com a seleção das linhagens puras – as quais têm domínio genético - e que possam atender o mercado consumidor europeu. Além disso, observar características importantes como facilidade de parto, aprumos, ossatura, longevidade, pureza racial, entre outras.
No Brasil, o processo de rastreabilidade bovina está passando por ajustes e melhorias e em breve seu novo formato deverá ser finalizado por todos os agentes da cadeia produtiva. Na Europa, quais são realmente os critérios técnicos para a aceitação da carne bovina brasileira?
Guimera – Na Europa, o processo de ratreabilidade é total e completo, ou seja, desde o nascimento do bezerro até a sua comercialização na gôndola do supermercado. O consumidor europeu tem acesso a todas as informações necessárias sobre a carne que será utilizada em sua residência. Já o produto brasileiro é bom, mas para nós, europeus, ainda falta uma maior transparência no processo de rastreabilidade do Brasil, além de vermos que culturalmente há resistência e a falta de uma regra fixa para a sua implantação. Sem transparência e um marketing de credibilidade, a carne bovina brasileira vai demorar anos para conquistar totalmente o mercado europeu. Entretanto, vemos que há nichos de mercado para um produto diferenciado, que preza pela qualidade e o bom trabalho de melhoramento genético.
Atualmente, se fala muito no Brasil em projetos de pecuária extensiva com a preocupação da preservação do meio ambiente. Na França, isto também já ocorre? O consumidor europeu dá preferência por produtos que tenham sua origem em programas de conscientização ambiental?
Guimera – Os produtores franceses se preocupam muito com a questão da preservação ambiental. Procuram reduzir o número de animais por hectare e, na sua maioria, investem ativamente na produção orgânica – que é bastante valorizada e que conta com um acréscimo no preço final recebido pelo criador no atacado. O consumidor europeu no momento da compra sempre dá preferência por estes produtos, principalmente os que têm sua origem em áreas que investem na produção de silagem e de criação, sem prejudicar o meio ambiente.
É a primeira vez que o Sr. visita a região de Londrina? Já conhece o potencial agrícola do nosso Estado?
Guimera – Há 20 anos, eu visito o Brasil, principalmente as regiões de Dourados e a fronteira do Mato Grosso do Sul com o Paraguai. A região de Londrina é a primeira vez. Ainda não conhecia o potencial agrícola do Estado do Paraná.
Olavo Alves
Assessoria de Imprensa da Araucária Genética
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