Cultivado em todas as regiões do Brasil, o feijão deve alcançar um volume de colheita de aproximadamente 3,3 milhões de toneladas na safra 2017/2018, segundo levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Para chegar a este índice e se manter como os principais produtores da cultura no mundo, entretanto, exige cuidado com as lavouras desde o início do ciclo de feijão.
De acordo com o engenheiro agrônomo Fransérgio Batista, gerente técnico especializado em grãos da Alltech Crop Science, uma estrutura, em especial, merece atenção do produtor: os nós reprodutivos. “Se o feijão apresentar um maior número de nós reprodutivos, a planta terá mais locais para desenvolvimento de suas flores. Em um segundo momento, ao conseguir promover o pegamento dessas flores, o agricultor observará uma quantidade de vagens maior e, então, será possível notar o reflexo em produtividade”, explica.
Para o bom manejo dos nós reprodutivos, o especialista indica que o produtor acompanhe a lavoura. “É importante avaliar constantemente a planta, principalmente após o estádio V3, tirando todas as suas folhas para verificar a estrutura e engalhamento, já que do ramo principal serão formados os nós. Se for observado um grande distanciamento entre os nós reprodutivos, também conhecidos como internós longos, possivelmente seja sinal que a planta está vegetando muito e que possui uma quantidade total de nós baixo, e isto certamente acarretará perdas na produtividade”, afirma.
Em Unitá (MG), o produtor de feijão Geovani Guareschi afirma que a preocupação com os nós reprodutivos do vegetal sempre esteve presente durante a condução da sua lavoura. Para favorecer a formação das estruturas, “o principal cuidado é com a população de plantas. Observamos que os nós tem aumentado”, reforça
No manejo, Batista destaca a necessidade do balanço hormonal para o desenvolvimento adequado do feijão. “O número de nós reprodutivos na planta é determinado principalmente pela ação de um hormônio chamado citocinina e sua relação com outro hormônio chamado auxina. Se há pouco nó, é sinal de que a planta está em desequilíbrio hormonal. Por isso, o uso de precursores hormonais é tão importante, já que são eles os principais responsáveis em promover este equilíbrio”, conta.