Produção de soja sustentável em MT é apresentada a franceses

22.03.2009 | 20:59 (UTC -3)

O plantio de soja em áreas de florestas corresponde a 0,4% do total do cultivo da oleagionosa em Mato Grosso. A informação foi apresentada pelo vice-presidente Oeste da Aprosoja/MT, Ricardo Arioli a 16 integrantes da empresa cerealista francesa Maine, na quinta-feira (19/03) em recepção na Secretaria de Desenvolvimento Rural (Seder).

“O Brasil não tem tecnologia para produzir soja na floresta amazônica”, explicou Arioli. Os dados são do diagnóstico da soja, estudo encomendado em 2007 pela Aprosoja/MT em parceria com a Embrapa.

Segundo o diagnóstico, 74,1% da área de cultivo de soja está no cerrado, outros 25,4% em áreas de transição e 0,06% no pantanal mato-grossense. Arioli disse que a associação defende o conceito de paisagem produtiva que abrangem vários sistemas como o plantio direto, sistema de integração lavoura-pecuária, plantio em nível, sistema de terraço, corredores de vida selvagem entre outros. “Várias destas alternativas conservacionistas têm sido adotadas nas propriedades rurais do estado”.

O vice-presidente Oeste pontuou ainda projetos que são desenvolvidos pela Aprosoja. “Existe o Projeto Soja Mais Verde que prevê a produção sustentável de soja por meio da regularização das propriedades rurais junto aos órgãos ambientais, além da recuperação das áreas degradadas”.

A entidade também participa da Associação Internacional de Soja Responsável, organização criada em 2006, com o objetivo de definir os padrões socio-ambientais que devem ser observados na produção, no processamento e na comercialização da soja e que estabelecerá critérios de sustentabilidade que devem ser adotados em toda a cadeia de negócios da soja.

A Aprosoja também possui parceria com Organização Não Governamental The Nature Conservancy (TNC). “Entre as metas está o compromisso até 2010 em não plantar soja em Áreas de Preservação Permanentes (APPs), o desenvolvimento de programas de educação ambiental para produtores, a reciclagem de 98% das embalagens de defensivos agrícolas, entre outros”.

Arioli ressalta que a produção deve ser socioeconômico sustentável, que o produtor precisa ser reconhecido pelos serviços que presta à natureza e estar amparado legalmente. “A venda de crédito de carbono, a recuperação de áreas degradadas, o plantio direto são alternativas viáveis, mas acima de tudo temos que ter um Código Florestal coerente com a realidade produtiva”.

O presidente da Maine, Pierre Guy, disse ter ficado surpreso com tantas ações em prol do meio-ambiente e da sociedade. “As frentes de trabalho são modernas e pelo que vimos conseguem agregar fatores sociais e econômicos”. O grupo francês representa um conglomerado de 19 empresas do ramo cerealista.

Lucas Legal

A comitiva francesa esteve na quarta-feira (18.03) no município de Lucas do Rio Verde onde conheceu o Programa Lucas Legal que prevê a eliminação dos passivos socio-ambientais de todas as propriedades rurais no município para depois efetivar a certificação ambiental através de um selo verde.

Fonte: Ascom Aprosoja/MT

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