Presidente da Aprosoja-GO, Bartolomeu Braz, é eleito para a presidência da Aprosoja Brasil

​O produtor rural e presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Goiás (Aprosoja-GO), Bartolomeu Braz Pereira, foi eleito presidente da Aprosoja Brasil para o biênio 2018-2020

31.03.2018 | 20:59 (UTC -3)
Laura de Paula

O produtor rural e presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Goiás (Aprosoja-GO), Bartolomeu Braz Pereira, foi eleito presidente da Aprosoja Brasil para o biênio 2018-2020. A eleição ocorreu por aclamação durante assembleia realizada nessa quarta-feira (28/3), em Brasília. Atual vice-presidente da entidade, Bartolomeu assumirá a Aprosoja Brasil em substituição a Marcos da Rosa. A cerimônia de posse está prevista para o dia 8 de maio também na capital federal.

O presidente eleito da Aprosoja Brasil credita a conquista do cargo ao reconhecimento pelo trabalho que vem sendo desenvolvido pela associação em Goiás. Ele cita como exemplo o embate que a Aprosoja-GO teve com o governo estadual no ano de 2016, quando os produtores conseguiram a revogação de um decreto que ficou conhecido como "taxação 70/30". Essa normativa tributava com ICMS parte das exportações de soja e milho de Goiás, contrariando a Lei Kandir, uma norma federal que isenta de impostos os produtos primários destinados ao mercado internacional.

"A Aprosoja-GO teve a coragem de enfrentar governos, Assembleia Legislativa, os órgãos tributários do Estado. Então quando você vê que nós estamos chegando aqui em Brasília na presidência da maior cadeia produtiva do Brasil, a da soja, é porque houve esse trabalho no Estado de Goiás e ele foi reconhecido. Agora precisamos dar continuidade e buscar resolver os problemas que nós teremos no agro pela frente", afirma Bartolomeu, que também é vice-presidente da Federação de Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg).

Entre os muitos desafios que já estão postos na esfera federal, o presidente da Aprosoja-GO destaca as discussões no Congresso sobre o fim da Lei Kandir. Ele afirma que a volta de tributação sobre as exportações de grãos faria o Brasil exportar impostos e perder competitividade em relação aos países concorrentes nesse mercado.

Funrural 

Bartolomeu também cobra do Supremo Tribunal Federal uma solução definitiva sobre a cobrança retroativa do Funrural. Em busca dessa resposta, ele reforça a participação da Aprosoja no Movimento Abril Verde e Amarelo, na próxima quarta-feira, dia 4 de abril, em Brasília. Além da pressão sobre o STF, o dirigente diz que o governo federal também precisa entender que os produtores não conseguem pagar essa conta retroativa e indevida, já que o STF havia julgado anteriormente que o Funrural era inconstitucional.

O presidente eleito da Aprosoja Brasil afirma ainda que o ano político estará no foco da entidade, pois ao sustentar a Economia do País, o setor do agronegócio tem que ser protagonista das discussões. "O campo brasileiro é muito eficiente, mas a gente precisa que as políticas públicas sejam feitas em sintonia com esse setor. Então, esse é um ano em que o produtor rural e as nossas entidades precisam ter mais aproximação com a política", destaca.

"A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) vai ser reconstruída com novos deputados e nós temos nos nossos Estados a obrigação de fazer políticos que tenham conhecimento da causa do agro para que a gente possa discutir futuramente ações políticas em prol desse produtor rural."

Reforma tributária

Além das ações voltadas para o setor, a Aprosoja Brasil veio atuando nos últimos dois anos em pautas mais abrangentes. Atual presidente da entidade, Marcos da Rosa, informa que ele e sua diretoria procuraram deixar claro para os governantes que é preciso construir um projeto de nação brasileira, com crescimento e renda para toda a população.

"Primeiro, nós temos que desonerar o País. Precisamos de uma reforma tributária tornando menor a cobrança dos impostos e tornando mais eficiente o Estado para aí sim os nossos impostos retornarem para o crescimento, para infraestrutura", opina.  

Marcos da Rosa vai deixar o comando da Aprosoja Brasil, mas continua representando a entidade até o final de 2018 no Conselho de Administração do Instituto Pensar Agropecuária (IPA). O instituto composto por mais de 40 entidades do agro tem a finalidade de estimular políticas públicas para o setor e dar apoio técnico à bancada da FPA no Congresso Nacional.


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