Prefeitura de Luís Eduardo Magalhães distribuiu kits com sementes nativas do cerrado na Bahia Farm Show

03.06.2013 | 20:59 (UTC -3)
Catarina Guedes

Ao todo 20 mil sementes de espécies variadas do cerrado da Bahia estão sendo distribuídas no estande da Prefeitura Municipal de Luís Eduardo Magalhães, na Bahia Farm Show. A feira de tecnologia e negócios agrícolas terminou no último sábado com de recorde de público e negócios, apesar dos problemas climáticos e fitossanitários que a região enfrentou em 2012/13. As sementes distribuídas no estande temático da Prefeitura foram coletadas por 50 famílias de agricultores familiares cadastradas no projeto LEM APP 100% Legal, cujo objetivo é recuperar e conservar todas as Áreas de Preservação Permanente (APP) do território municipal. O projeto LEM APP 100% Legal tem como instituições executoras a Prefeitura de Luís Eduardo Magalhães, o Instituto Lina Galvani, e a ONG Conservação Internacional (CI).

O projeto está entrando no terceiro ano com a meta de recuperar 10 hectares de APP em 2013. No primeiro ano, um hectare foi recuperado; no segundo, 5,5 hectares. As sementes são coletadas durante todo o ano, e o plantio acontece na estação chuvosa, de novembro a dezembro. A semeadura é realizada com a técnica da muvuca, que mistura as sementes nativas às agrícolas, e as lança ao solo mecanicamente. Na Bahia Farm Show, as sementes distribuídas são entregues junto à cartilha especial do personagem “Alaor, o Agricultor”, desenvolvido e registrado pela Agripress Comunicação Empresarial, que, no evento, focaliza a sustentabilidade e a importância da adesão dos produtores rurais ao Cadastro Estadual Florestal dos Imóveis Rurais-CEFIR. As cartilhas levam a assinatura da Prefeitura de Luís Eduardo Magalhães e da Secretaria Estadual de Meio Ambiente.

Símbolo de vida, a semente tem um papel muito especial para a conservação ambiental, na recuperação de áreas degradadas. “Nós temos de entender que a semente é um ser vivo. Entregar aos visitantes do nosso estande uma semente é compartilhar a responsabilidade pelo futuro do planeta, que deve ser uma atribuição de todos”, diz a secretária municipal de Meio Ambiente, Fernanda Aguiar. Ela explica que o desenvolvimento da atividade de “coletores de sementes” mudou a forma como estas famílias vêm o cerrado.

“Antes desse projeto, essas mesmas pessoas criam que era preciso desmatar o cerrado para ganhar dinheiro. Hoje, eles perceberam que podem ganhar bem mais dinheiro com o cerrado em pé. Por isso, denunciam o desmatamento, se preocupam com o fogo no cerrado. Um fiscaliza o outro”, explica Fernanda Aguiar. O retorno financeiro para as famílias varia de acordo com a produtividade e com o tipo de sementes que coletam. De acordo com a secretária, um quilo de determinadas sementes chega a custar em torno de R$ 90 reais. “As sementes aladas, como o ipê, são as mais valiosas, pois são as mais difíceis de coletar, já que se espalham pelo ar quando as vagens se abrem. As mais baratas, como as de caju, custam em torno de R$3 o quilo”, diz a secretária municipal. Ela relata casos de famílias que conseguiram renda de R$5 mil em um único mês.

A comunidade também se modifica com o projeto. “Os laços de união se tornaram mais fortes entre os participantes. Vizinhos vão juntos catar as sementes, as mulheres, com uma nova renda, abrem novos acessos ao conhecimento e aos bens de consumo e seu papel na comunidade ganha mais força”, exemplifica. O projeto trabalha com comunidades do Assentamento Rio de Ondas, Emburana, Muriçoca, e Galhinho.

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