Precipitações do início do ano dão fôlego às lavouras no RS

09.01.2009 | 21:59 (UTC -3)

As precipitações registradas nos primeiros dias de 2009 foram benéficas para amenizar a situação das lavouras, em especial de milho e de feijão no Rio Grande do Sul. Quanto à soja, os prejuízos se concentram na necessidade de replantio de algumas lavouras. De acordo com o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, é bem provável que a área projetada para esta safra de soja não seja concluída, tendo em vista o encerramento do período preferencial, havendo necessidade de ser reavaliada quanto à sua real dimensão.

Nas lavouras de

, as chuvas possibilitaram uma melhora nas condições das lavouras implantadas, em especial as que estão em germinação. Devido ao estágio inicial da cultura, os efeitos da estiagem se fazem sentir no desenvolvimento foliar desuniforme e aquém do normal, não havendo, todavia, informações sobre maiores problemas com ataques de pragas e moléstias. Quanto ao potencial produtivo das lavouras e a produção de soja a ser colhida nessa safra, é prematura qualquer previsão.

Historicamente, no RS, o mês de fevereiro tem sido o "fiel da balança" para fixar a produtividade das lavouras. Até lá, resta ao produtor apenas esperar que as precipitações se normalizem. Caso isso ocorra, a safra ainda poderá ficar próxima do esperado inicialmente que, de acordo com a Emater/RS-Ascar, é de 7.737.795 toneladas.

A cultura do

segue sendo a mais atingida pela atual estiagem. Isso porque ainda é significativo o percentual (55%) de lavouras em fases de floração e enchimento de grãos (formação da espiga), extremamente sensíveis à falta de umidade. Apesar das precipitações que contribuíram para amenizar os problemas da estiagem em algumas localidades, a irregularidade com que ocorreram não permite afirmar que os problemas enfrentados pelos produtores tenham terminado.

No momento, é impossível determinar um percentual mais preciso com relação às perdas em âmbito estadual, isso porque as variações observadas nas condições das lavouras têm oscilado muito, com casos de diminuição de 20% na produtividade, até casos de perda total da lavoura. Mesmo assim, embora não finalizado, o levantamento quinzenal sobre a situação das culturas aponta para uma diminuição na produtividade média estadual, projetada em 3.906 quilos de milho por hectare.

Embora não tão grave como o milho, o

é outra cultura em situação de risco. Isso porque é menor o percentual de lavouras em fases críticas de floração e formação de grãos. Além disso, já foram colhidadas 38% das lavouras, com rendimento médio dentro do esperado (1.127 kg/ha). Todavia, a persistir a deficiência hídrica nas principais regiões produtoras, a produção total tenderá a diminuir, não alcançando as 92,3 mil toneladas hoje estimadas para o Estado.

HORTIGRANJEIROS E FRUTAS

Cebola - Na Serra Gaúcha, restam apenas 5% da área para serem colhidas, com a safra mantendo boa sanidade e calibre. A produtividade média deverá fechar em torno de 30 t/ha. O preço médio, na propriedade, está cotado a R$ 0,50/kg.

No Litoral Médio, nos municípios de Tavares e Mostardas, 10% das lavouras de cebola estão em fase de colheita. O preço da cebola sem classificação continua estável, em R$ 0,55/kg com rama e R$ 0,60/kg para a cortada.

Citros – Nas regiões do Planalto e Médio Alto Uruguai, na safra da bergamota produziu-se em torno de 4.566 t de frutas e, na safra da laranja se produzirá em torno de 64.800 t de frutas. Faltam apenas 5% de laranjas para serem comercializadas. Estima-se que nesta safra, obteve-se produtividade de 16 t/ha de laranja com preços variando entre R$ 0,15 e R$ 0,22/Kg.

Os preços não foram os esperado, mas os agricultores estão relativamente satisfeitos, porque gerou entrada de dinheiro em uma época oportuna. A produtividade foi boa, e compensou, em parte, os preços mais baixos. O período de estiagem não prejudicou a fruticultura na região

Uva - As baixas temperaturas e a redução de chuvas somaram benefícios às plantas, pois reduziram a incidência de míldio, principal fitomoléstia da cultura na região Serrana. A cultivar precoce de mesa mais tradicional, a Niágara, vai atingindo o auge de sua colheita nos mesoclimas mais quentes, mas apresentando 15 dias de atraso. Este ano, apesar das condições um pouco adversas no início da primavera, os agricultores das regiões da Produção e Médio Alto Uruguai deverão colher uma safra normal de uvas.

Adriane Bertoglio Rodrigues

51-2125-3104

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