PR: 'Solução contra seca é plantar a safrinha'

29.01.2009 | 21:59 (UTC -3)

O secretário da Agricultura e do Abastecimento em exercício, Herlon Goelzer de Almeida, vê no plantio da safrinha de milho e feijão, e posteriormente no plantio da safra de inverno, o remédio para amenizar os efeitos perversos gerados pela estiagem que prejudicou o desempenho da safra de grãos de verão 2008/09. A expectativa é que este ano ocorra o maior plantio de milho safrinha do Paraná.

Em reunião com prefeitos e agricultores realizada ontem (28/1) no município de São Miguel do Iguaçu, na região Oeste do Estado, com prefeitos, agricultores e lideranças da região, Herlon de Almeida disse que o remédio contra a seca é plantar a safrinha. Ele destacou que essa deve ser a preocupação do agricultor e das prefeituras e lideranças da agricultura, para fazer a economia girar nos municípios afetados pela seca. “A melhor mensagem que levamos ao agricultor dos municípios cuja atividade econômica é dependente da Agricultura, é plantar a safrinha”, insistiu.

Almeida obteve a confirmação da direção do Banco do Brasil e do governo federal que não faltarão recursos para o plantio da safrinha de milho e feijão. O plantio antecipado da safrinha e do trigo, no inverno, deverá compensar as perdas dos agricultores paranaenses com a safra de grãos de verão 2008/09, que foi seriamente prejudicada pela estiagem que penalizou o Estado entre os meses de novembro e dezembro.

Segundo Herlon, não deverão faltar recursos para o plantio, as perspectivas de mercado são animadoras e principalmente o clima promete colaborar. As previsões climáticas para os próximos três meses (até abril) é de chuvas regulares e clima ameno, o que reduz a evaporação e retém mais água no solo.

De acordo com ele, as regiões Oeste e Sudoeste do Paraná foram as mais castigadas pela estiagem que aconteceu no final do ano passado e atingiu as culturas na sua fase mais sensível e o déficit hídrico comprometeu o desenvolvimento das plantas. O resultado foi a quebra de 23,5% da safra de grãos de verão prevista no Estado e de 37% no Oeste do Paraná. A expectativa com as colheitas de soja, milho e feijão era colher 3,7 milhões de toneladas na região Oeste e agora a colheita deverá atingir 2,37 milhões de toneladas de grãos.

Em conseqüência dessa quebra, já foram encaminhados em todo o Estado 13.954 pedidos de perícia para solicitação do Proagro nas lavouras. No Sudoeste, deverão ser feitos 6.195 laudos e no Oeste, 3.580 laudos.

Almeida destacou que entende a preocupação dos produtores e dos prefeitos com essas perdas, mas destacou que o momento é de estabelecer estratégias de enfrentamento da seca e encaminhar o plantio da safrinha o quanto antes. Para isso, a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento criou um comitê de acompanhamento dos pedidos de perícia para liberar áreas mais cedo para o plantio da safrinha.

O secretário da Agricultura em exercício pediu o auxílio da Amop e dos prefeitos presentes para ajudar a amenizar os problemas com a seca para que estimulem os agricultores a procurarem as agências do Banco do Brasil e resolverem suas pendências para liberação de novos créditos. “Sabemos que a liberação de recursos para o custeio vai se dar caso a caso, mas asseguramos que a direção do BB e o governo federal estão com a maior boa vontade em auxiliar o agricultor a solucionar seus débitos no banco e financiar a safrinha”, afirmou.

Segundo Almeida, os problemas decorrentes com a seca não podem ser alimentadores da crise mundial. “O Brasil é um grande produtor de alimentos e a crise mundial pode ser uma oportunidade para nossos agricultores”, disse. Ele destacou que a pesquisa agronômica e a assistência técnica têm tecnologia para os agricultores conviverem com a seca e eles devem seguir as recomendações técnicas para retenção de água no solo. Entre elas, a redução de adubos químicos nas lavouras, mecanismos de proteção de fontes de água, conservação de solos em microbacias, e contenção de água em cisternas.

A reunião em São Miguel do Iguaçu foi promovida pela Associação dos Municípios do Oeste do Paraná (Amop) e contou com a presença de aproximadamente 300 agricultores, além de prefeitos e lideranças do Oeste do Paraná. Os agricultores estavam preocupados com a quebra de safra em decorrência da estiagem e discutiram com a Seab e Amop as medidas que podem ser adotadas daqui para frente.

Participaram do encontro, o presidente da Amop, Marcos Vilas Boas Pescador, o prefeito de São Miguel do Iguaçu, Armando Luis Polita, o presidente do Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural, Arnaldo Bandeira, o chefe da Defesa Civil do Paraná, major Osnir José Bortolini e o representante do Banco do Brasil na região Oeste, Leonardo Lemos.

Compareceram ao evento o prefeito de Cascavel, Edgar Bueno, os deputados estaduais Dobrandino Gustavo da Silva e Elio Rusch, o diretor da Federação dos Trabalhadores Rurais na Agricultura do Paraná (Fetaep), Mario Plefka e o assessor da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Nilson Camargo.

CARTA - A Amop vai elaborar uma carta dos prefeitos da região Oeste que será entregue ao secretário da Agricultura, Valter Bianchini, na abertura do Show Rural, em Cascavel, no dia 9 de fevereiro. Na carta, os prefeitos irão pedir aos governos federal e do Estado para que garantam o crédito de custeio para o financiamento da safrinha de feijão e milho. E que auxiliem os agricultores na busca da renegociação de seus débitos junto ao banco.

Segundo Vilas Boas, a Amop reconhece a importância dos governos em estabelecimentos mecanismos para ativar as economias locais e está disposta a promover ações conjuntas para amenizar os problemas dos agricultores com a seca. “Podemos agir politicamente e a gente vê uma boa oportunidade para o agricultor com o plantio da safrinha”, afirmou.

Fonte: Assessoria de Imprensa do Governo do Paraná

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