PR Safra 2024/25: geadas e estiagem impactam trigo

Lavouras semeadas fora do Zarc foram perdidas; milho e café têm colheita favorecida pelo tempo seco

22.07.2025 | 14:17 (UTC -3)
Revista Cultivar, a partir de informações do Deral

A semana entre 15 e 21 de julho foi marcada por tempo estável e temperaturas elevadas na maior parte do Paraná, com chuvas isoladas entre as regiões oeste, sudoeste e norte do estado. As condições climáticas favoreceram o avanço da colheita de culturas como milho, café, batata e cana-de-açúcar, mas trouxeram preocupação para as lavouras de trigo, cevada e pastagens, afetadas por geadas e déficit hídrico.

Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), o trigo encontra-se em diferentes estágios de desenvolvimento e, nas áreas mais adiantadas, já são visíveis sinais de estresse hídrico. Em regiões frias, lavouras semeadas antes da janela recomendada pelo Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) foram totalmente perdidas pelas geadas. Por outro lado, onde o plantio foi recente, o desenvolvimento segue satisfatório, com os tratos culturais em andamento.

A cevada também sofre pontualmente com a falta de umidade, especialmente em solos mais secos e ondulados. Já a aveia apresenta bom desenvolvimento, beneficiada pelas temperaturas amenas e ausência de chuvas, apesar da redução de área plantada em regiões menos tradicionais.

A colheita do milho segunda safra atingiu 53% da área e segue em ritmo acelerado, com produtividades consideradas boas, inclusive surpreendentes em algumas regiões, apesar dos problemas enfrentados ao longo do ciclo. No entanto, áreas prejudicadas pelas geadas ainda não foram colhidas. A previsão de chuvas a partir da quinta-feira (24) deve acelerar os trabalhos, principalmente nas regiões onde a umidade dos grãos ainda é elevada. O forte ritmo de colheita tem gerado filas nas cooperativas, e produtores já iniciam o preparo das áreas para a safra de verão.

A soja segue sendo escoada para os portos, com a comercialização em ritmo lento, influenciada pelos preços considerados baixos. No caso do café, a colheita chegou a 68% e avança bem com o tempo seco, embora a escassez de mão de obra limite os trabalhos em algumas regiões.

Entre outras culturas, a batata segunda safra está com 89% da área colhida, com resultados compatíveis com as expectativas, apesar da redução de área no sul do estado. Em alguns municípios, a baixa cotação tem levado produtores a colher apenas para liberar áreas, acumulando prejuízos.

A cana-de-açúcar mantém colheita em ritmo normal e boa produtividade. Na fruticultura, produtores realizam poda de pomares e plantio antecipado de cultivares de caroço fora do Zarc, em busca de melhores preços. Já a cebola segue em fase de transplantio nas regiões de agricultura familiar.

O setor madeireiro demonstrou preocupação com a tarifa de 50% anunciada por Donald Trump sobre as importações de madeira, o que já levou uma empresa a conceder férias coletivas. Também seguem os preparativos para o plantio do tabaco, com destaque para o preparo do solo nas regiões de União da Vitória e Ponta Grossa.

Por fim, as pastagens tentam se recuperar lentamente após os episódios de geadas, com o rebrote ocorrendo de forma gradual. A combinação de tempo seco e áreas atingidas pelo frio tem elevado o risco de incêndios, especialmente após o período de sol predominante no estado.

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