Informação é chave para o agro enfrentar críticas
No 10º CBSoja, Edivaldo Domingues Velini apresentou informações sobre os aspectos sustentáveis do setor
O preço médio do café no varejo segue estável em patamar elevado. Em julho, o pacote de 500g foi cotado a R$ 31,34, valor 0,64% acima da média de junho (R$ 31,14), segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura do Paraná. A estabilidade vem sendo observada desde abril, quando os preços atingiram o pico do ano, mas o valor atual ainda é quase o dobro do registrado em julho de 2024, quando o mesmo pacote custava, em média, R$ 16,10.
A expectativa é de que a entrada da nova safra brasileira pressione os preços nos próximos meses, embora eles devam seguir em patamar superior ao do ano passado. No Paraná, a colheita já atingiu mais de 68% da área cultivada, indicando o pico da oferta no estado. Com isso, os preços pagos aos produtores caíram significativamente: a saca de café, que chegou a ultrapassar R$ 2.000,00 em junho, está agora cotada em torno de R$ 1.500,00 — uma queda de 40% e valor abaixo da média da safra anterior (R$ 1.668,60), pela primeira vez na atual temporada.
Segundo o engenheiro agrônomo do Deral, Carlos Hugo Godinho, apesar de parte da produção ter sido comercializada anteriormente com preços mais altos, a indústria já começa a repassar os ganhos ao atacado, praticando valores mais competitivos.
Para o consumidor, uma alternativa diante dos altos preços do café tradicional é o café solúvel, produto de menor custo e com forte presença industrial no Paraná. O estado lidera as exportações brasileiras do segmento e abriga um dos principais polos industriais do país. No primeiro semestre de 2025, o Paraná exportou 15.240 toneladas de café solúvel, gerando US$ 199,6 milhões — o equivalente a 35% das exportações nacionais no período. Os Estados Unidos foram destino de cerca de 15% desses embarques.
Ainda segundo Godinho, o setor acompanha com preocupação a nova tarifa adicional de 50% anunciada pelo governo Trump sobre o produto brasileiro, o que pode impactar diretamente as fábricas paranaenses e seus fornecedores. Apesar do risco, o efeito nos preços internos pode ser atenuado por estoques baixos e pela diversificação dos destinos de exportação, que ajudariam a absorver possíveis excedentes gerados pela restrição ao mercado norte-americano.
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