Política de preços mínimos em laranja pode ser embrião do Consecitrus

12.11.2009 | 21:59 (UTC -3)

A discussão sobre mecanismos de remuneração na citricultura paulista ocorre há anos, mas sem resultados que evitem a contínua exclusão de produtores do setor.

Para a pesquisadora Margarete Boteon, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, Cepea, da Esalq/USP, conter a saída de produtores a cada ciclo de baixa é justamente o ponto central da discussão que a citricultura precisa conduzir. Entre 1995 e 2007, o número de unidades de produção agropecuária (UPAs) reduziu 44% na média de 14 Escritórios de Desenvolvimento Regional (EDR) de destaque na citricultura, conforme dados do Lupa/Cati/Secretaria de Agricultura do Estado de SP.

Como meio de enfrentar a alta volatilidade de preços, a pesquisadora entende como alternativa uma política de preços mínimos combinada com envolvimento organizado do setor – como a laranja não é passiva de estocagem, um instrumento que poderia ser usado é a Linha Especial de Crédito (LEC). O problema é que o lançamento da LEC em 2009 não atraiu as grandes processadoras voltadas ao mercado externo tendo em vista que os valores mínimos foram considerados muito elevados em relação aos preços de mercado. Nessa situação, a pesquisadora defende a articulação entre representantes de produtores, pequenas indústrias e municípios citrícolas para escoar a produção adquirida via LEC no mercado doméstico.

Na avaliação da pesquisadora, caso houvesse esse trabalho integrado, a coordenação do próprio setor melhoraria, produtores aprenderiam mais sobre outras etapas da cadeia e é possível que o mercado doméstico passasse a ter mais atenção.

“Isso poderia ser o embrião do Consecitrus, que requer o setor organizado e compartilhando informações reconhecidas de qualidade por todas as partes”, comenta. Por enquanto, contudo, a citricultura paulista carece de informação. Para a doutora Margarete Boteon, seria necessário um conjunto de dados básicos, como censos bianuais de árvores, estimativas de produção com calendário prévio de divulgação, evolução da produção, dos estoques e do preço de venda do suco de laranja, por exemplo, para se operacionalizar o Consecitrus.

Interessados em mais detalhes sobre o setor podem acessar o artigo da pesquisadora:

PREPARANDO A CITRICULTURA PARA A PRÓXIMA DÉCADA

Velhos e novos desafios impõem mudança no ambiente de negócios da citricultura paulista para garantir sua sustentabilidade econômica, destaca o Cepea:

* Velho desafio: sistema de remuneração mais equilibrado

“Um sistema de informação econômico citrícola mais completo melhoraria o ambiente de negócios do setor porque elevaria a confiança a respeito dos valores recebidos pelos citricultores.”

* Consumo: é a vez do Brasil

“Um ponto negativo no mercado de bebidas à base de frutas atualmente é que o consumidor brasileiro não sabe a diferença de quantidade de suco presente nos sucos (praticamente, 100% de fruta), néctares e refrescos.”

* Agenda 2010: estabelecer uma política de preços mínimos na citricultura

“Para reverter esse processo de descapitalização de citricultores e de dependência do mercado externo de suco, é urgente uma política permanente de manutenção dos pequenos e médios produtores na atividade.”

Outras informações sobre o mercado de citros:

e através do Laboratório de Informação do Cepea, com a pesquisadora Dra. Margarete Boteon: 19-3429-8837 / 8836 e

Ana Paula Silva

Comunicação Cepea

(19) 3429-8836/8837 /

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