Especialistas da Embrapa falam sobre controle de pragas e doenças na Agrobrasília 2017
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O papel do Estado na agricultura brasileira foi abordado na palestra de abertura da programação urbana da décima Semana Arrozeira de Alegrete que iniciou neste domingo, 28 de maio. Com o tema "Políticas Públicas para o Agronegócio e Setor Arrozeiro", o economista-chefe da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Antônio Da Luz, e o coordenador do projeto Fronteiras do Pensamento, Fernando Schuler, falaram sobre questões pontuais que dificultam as ações de governo para o setor. O evento, promovido pela Associação dos Arrozeiros de Alegrete, ocorre no CTG Aconchego dos Caranchos.
Da Luz apresentou um estudo realizado durante dois meses junto ao Portal da Transparência do Governo Federal e em sites de estatais ligadas a agricultura. Conforme o economista, o objetivo era responder quanto custa a política agrícola brasileira, se é muito ou pouco dinheiro e se é bem utilizado. "Foi mapeado cada centavo gasto na rubrica agrícola dentro do orçamento da União. Em 2016 os gastos com o setor ficaram em torno de R$ 25,7 bilhões, ou seja, 1,27% do orçamento geral do governo", destacou.
O economista-chefe da Farsul também mostrou a evolução do crédito rural, um dos pilares da política agrícola do país. Segundo Da Luz, o governo federal financia hoje apenas 0,1%, ficando o restante para o sistema financeiro, o que já ocorre desde a década de 90. Ressaltou ainda que com relação aos juros, para a agricultura empresarial não existe equalização. O economista destacou também vários pontos importantes para as políticas voltadas ao setor como seguro rural, combate à inflação, eliminação de tributos sobre os custos de produção, infraestrutura que proporcione logística eficiente e ampliação da Defesa Sanitária e dos investimentos em pesquisa.
Para Schuler, o modelo de Estado que existe hoje no Brasil vem sendo estruturado desde os anos 40, no Estado Novo, passando pelo regime militar com uma visão mais intervencionista na economia e criação de estatais e autarquias, e se consolidou com a Constituição de 1988. Na opinião de Schuler, esse modelo se esgotou. Ele acredita que agora é possível dar uma virada e mudar esta realidade no país. "Um exemplo de que isso é possível é o que está ocorrendo no Rio Grande do Sul, com as medidas que vem sendo tomadas pelo governo do Estado", afirmou.
A programação urbana da décima Semana Arrozeira de Alegrete prossegue nesta segunda-feira, dia 29, às 19h30, com a palestra sobre Comercialização, Exportação e Logística. Os palestrantes serão o gerente comercial do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Tiago Barata, e o gerente do Projeto Brazilian Rice, Gustavo Ludwig. O debatedor da palestra será o presidente da Câmara Setorial do Arroz, Daire Coutinho.
Mais informações podem ser obtidas pelo site www.semanaarrozeira.com.b
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