Plantio direto reduz efeitos da estiagem em lavouras de MT

Série MT Clima e Mercado mostra campo reagindo em Tangará e Parecis após atrasos causados pela falta de chuva

26.11.2025 | 15:24 (UTC -3)
Bruna Damasceno, edição Revista Cultivar

O atraso das chuvas no início do plantio impactou lavouras em diversas regiões de Mato Grosso. Entre as áreas avaliadas pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT) estão Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis. Na sua série “Mato Grosso Clima e Mercado”, a entidade acompanhou o andamento da safra 2025/26 nesses dois núcleos. 

Em Tangará da Serra, o produtor Geraldo Cesar Preto explicou que a semeadura só avançou após a segunda quinzena de outubro, quando as precipitações voltaram de forma mais regular. Segundo ele, o plantio direto ajudou a reduzir os impactos da estiagem inicial em algumas áreas.

“O nosso plantio foi iniciado na segunda quinzena de outubro em função das chuvas que ocorreram no final de setembro, mas que logo foram interrompidas. A partir do momento que nós iniciamos o plantio, ele foi contínuo, sem interrupções por falta de precipitações. Alguns produtores aqui da região que plantaram no final de setembro, perceberam que as lavouras sofreram um pouco, mas com o plantio direto, milho e braquiária, em função da quantidade de matéria orgânica, as áreas superaram esse início difícil”, disse o produtor ao reforçar que as práticas sustentáveis vem colaborando com a produção.

Sobre o estado atual das lavouras, Geraldo afirma que o desenvolvimento tem sido positivo. “Agora as chuvas estão colaborando, apesar de não serem grandes quantidades. A expectativa, por enquanto, é de uma boa produtividade. Não temos muitos relatos de problemas com aplicações, estamos controlando as ervas daninhas, iniciamos as aplicações de fungicidas. Já a expectativa de colheita vai depender se o clima vai continuar colaborando”, afirmou.

Em Campo Novo do Parecis, a delegada coordenadora do núcleo, Clarete Brolio, conversou com o produtor Alessio Martelli sobre as condições do plantio na região.

“Tivemos variações dentro do município, mas no geral foram em pontos isolados em que tivemos pouca chuva. A maior parte do plantio começou com bastante umidade, muitos plantaram 50 % da área e quando tivemos uma pausa nas precipitações, tivemos que esperar para finalizar toda a área. Nós mesmo começamos a plantar dia 18 de setembro, que era o programado, e acabamos dia 15 de outubro, dentro da data prevista”, contou Martelli.

O produtor avalia que o desenvolvimento das lavouras tem gerado uma boa expectativa para a safra, mas lembra que a questão logística pode trazer desafios no período de colheita, principalmente para quem não possui estrutura própria.

“Os armazéns da cidade são praticamente os mesmos desde quando cheguei aqui. A produção cresceu, graças à tecnologia e ao aumento da produtividade por hectare, mas a capacidade de armazenagem não acompanhou esse avanço. Em algumas fazendas até tivemos ampliação, mas ainda é pouco. Para quem não tem armazém próprio, a situação deve ser mais difícil este ano, porque a colheita da soja deve vir em duas etapas. Sem espaço para guardar na propriedade, muitos produtores podem enfrentar dificuldades”, completa.

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