Plano Safra da Agricultura Familiar não atende a todas as demandas do setor, diz Fetag-RS

"Plano Safra é positivo, mas é preciso avançar mais", salienta a nota da Federação dos Trabalhadores na Agricultura

03.07.2024 | 17:20 (UTC -3)
Fetag-RS
Foto: divulgação
Foto: divulgação

Em nota lançada hoje, a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag-RS) apontou pontos positivos e negativos sobre o anúncio do Plano Safra da Agricultura Familiar 2024/2025. No que se refere ao Pronaf, existem preocupações quanto ao enquadramento que, de acordo com a entidade, deveria ter sido ampliado para todas as linhas, e não apenas para a cadeia leiteira. Além disso, o valor de financiamento para investimentos, que foi aumentado de R$ 210 mil para R$ 250 mil, “não atende às necessidades da agricultura familiar, especialmente devido aos altos custos das máquinas agrícolas”, afirmou a nota. 

Já para os aspectos positivos, a Federação destaca a redução das taxas de juros em algumas categorias, linhas de crédito especiais e o aumento de recursos para o Programa de Aquisição de Alimentos. Ainda sobre o Pronaf, outros três pontos apresentam benefícios: o Fundo Garantidor, o desconto de 30% na renda do produtor de leite e a linha de crédito para a regularização documental fundiária, uma antiga reivindicação da Fetag-RS.

De acordo com a nota, a preocupação da Fetag-RS é em relação ao Pronamp, que, mesmo que não tenha sido anunciado, “as resoluções já são de conhecimento, não havendo motivos para comemoração, pois as mesmas regras do ano passado foram mantidas”, afirma.  “Enquanto no Pronaf a taxa do Proagro limita-se a 10%, no Pronamp, dependendo da região, ela pode chegar a 21%, tornando inviável seu acesso”, acrescenta o texto. 

Segundo o presidente da Fetag-RS, Carlos Joel da Silva, “o Plano Safra da Agricultura Familiar melhorou consideravelmente em relação ao ano passado, mas temos grande preocupação com os produtores que necessitam acessar o Pronamp. É importante ressaltar que os pontos positivos dependem da implantação de medidas que solucionem o endividamento agrícola, principalmente no Rio Grande do Sul. A pauta da Fetag-RS, que pede a anistia de dívidas dos produtores que perderam tudo e a reprogramação por 15 anos dos demais financiamentos, segue sendo fundamental para que seja possível acessar os recursos anunciados hoje”, concluiu.

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