Plano estratégico para setor agrícola deverá incluir iLPF, diz Embrapa

11.06.2009 | 20:59 (UTC -3)

O sistema Integração Lavoura Pecuária Floresta (iLPF) conquistou segunda-feira (08/06), o apoio do ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), Mangabeira Unger.

Ele visitou a fazenda Santa Brígida, localizada no sudoeste de Goiás, uma das cerca de 100 Unidades de Referência Tecnológica (URT) que a Empresa Brasileira de Pequisa Agropecuária (Embrapa) montou no país para aprimorar e divulgar o sistema.

A iniciativa foi apresentada a Unger pelo diretor executivo da Empresa, Kepler Euclides, e deverá constar de plano estratégico de longo prazo para o setor agropecuário que está sendo desenvolvido pela SAE em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, ao qual a Embrapa está vinculada.

“É uma grande iniciativa física que só alcançará seu pleno efeito transformador quando combinada com inovações institucionais”, observou Unger após a visita à fazenda. A implantação da iLPF na propriedade foi coordenada por pesquisadores da Embrapa Arroz e Feijão (Goiânia/DF).

O gerente geral José Roberto Rodrigues Peres, da Embrapa Transferência de Tecnologia, unidade responsável por coordenar as ações de transferência de tecnologias do sistema, concorda com o ministro. “As URTs estão sendo instaladas em parceria com produtores e a iniciativa privada, mas a ampliação do alcance da iLPF demandará políticas públicas”, argumenta.

Vantagens - O sistema produtivo vem sendo apontado como a agropecuária do futuro por ser viável tanto em grandes como em pequenas propriedades e ainda propiciar ganhos econômicos, sociais e ambientais. Com a iLPF, o Brasil não precisa da área da Amazônia para produzir, afirma o pesquisador da Embrapa Transferência de Tecnologia, Luiz Carlos Balbino, que coordena o programa na Empresa.

Balbino calcula existir um potencial de 50 milhões de hectares para a adoção da integração de sistemas produtivos que poderá triplicar a produção de grãos, carne e de leite, “sem que uma única árvore seja derrubada, apenas recuperando pastagens em degradação”, acrescenta.

Para Marise Porto, proprietária da fazenda Santa Brígida, a lógica é simples: “você planta grão e junto planta capim. Colhe o grão, faz dinheiro e o capim entra de graça”, explicou ao ministro. Desde que adotou o sistema, em 2006, a fazenda saltou de três para 13 empregados e, na última safra, colheu 150 sacas de milho por hectare, o dobro da média nacional.

A iLPF vem sendo desenvolvida pela Embrapa em parceria com organizações do Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária e consiste em fazer com que culturas agrícolas, gado e floresta sejam integradas e convivam em uma mesma área, a partir da sincronização de suas etapas de produção. Atualmente, 28 centros de pesquisa da embrapa integram a rede de transferência de tecnologias montado para atender o sistema.

Valéria Costa

Embrapa Transferência de Tecnologia

61 3448.4510 /

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